Em resposta às denúncias sobre a demora no atendimento do Hospital da Criança Santo Antônio, o prefeito Arthur Henrique (MDB) anunciou nesta sexta-feira (7) um pacote de novas medidas para diminuir o tempo de espera no pronto atendimento da unidade. Entre elas, um concurso público e a estruturação de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) dentro do complexo.
Ele ainda revelou que a Prefeitura vai contratar uma empresa para disponibilizar médicos na unidade, o que na prática também faria com que os efetivos do hospital estendam plantões no local, ganhando também como profissionais particulares. Além disso, o Poder Executivo vai promover, em até 15 dias, ainda sem estimar quantas vagas, um processo seletivo para contratar novos médicos.
“Vamos realizar um seletivo novo agora, que é mais rápido que o concurso para 2022, que está em fase de elaboração e levantamento de quantitativos. O foco vai ser o pronto atendimento do hospital, mas a gente vai fazer um concurso pra atender toda a rede de saúde do município, não só a área especializada, mas as demais áreas”, explicou.
Além das ações, o prefeito detalhou a nova regulamentação da Produtividade de Serviços de Saúde (PPS), que prevê gratificação fixa de R$ 1.800 para os médicos que atenderem até 27 pacientes em um intervalo de 12 horas, e de R$ 900 para os profissionais da área com até 18 atendimentos em 6h.
A partir de agora, os médicos também vão ganhar uma gratificação extra de R$ 50 a cada dois atendimentos acima da produção mínima estipulada. A nova PPS foi publicada no Diário Oficial do Município desta sexta. “Tenho certeza que essas ações incentivam os médicos a realizarem mais plantões dentro do município e é isso que vai garantir a otimização do atendimento e a redução do tempo de espera”, disse.
As ações são uma resposta às denúncias feitas por pais de crianças e vereadores, a respeito de pacientes que chegam a esperar até 10 horas para serem atendidos no único hospital infantil de Roraima.
UBS no Hospital da Criança
Segundo o prefeito, a UBS vai ser estruturada a partir da semana que vem, em uma área dentro do hospital e funcionar, de segunda a sexta-feira, até o período noturno, quando é registrado o pico de atendimentos. “O pai não vai precisar achar um transporte pra se deslocar a uma UBS. Ele vai sair pela porta do hospital e entrar na UBS que vai ficar logo ao lado”, explicou.
Arthur Henrique destacou que a maioria dos casos atendidos atualmente pelo pronto atendimento na unidade, área definida por ele como “o maior gargalo”, são menos urgentes (classificados como verde e azul).
Na teoria, esses tipos de atendimentos poderiam demorar de 120 a 240 minutos (duas a quatro horas). Mas na prática, denúncias mostram que a espera passa de 10 horas.
Esses casos, reforçou o prefeito, são orientados a serem atendidos ´na UBS mais próxima da casa do paciente, com dia e hora marcada. Apesar disso, de setembro a dezembro de 2021, 316 pais optaram por esperar o atendimento no hospital. Foi para atender essa demanda que a Prefeitura planeja equipar a unidade dentro do hospital.