A implantação do autoteste de Covid-19, estudada pelo Ministério da Saúde (MS), aguarda avaliação e autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Este tema tem gerado opiniões distintas, uma vez que existe uma resolução da agência que proíbe o uso de autotestes para detecção do vírus em casa.
Para o médico Joel Terra, o autoteste deve ser considerado um exame complementar a outros, inclusive ao exame clínico feito por um profissional. “O ideal é que os gestores públicos de saúde coloquem equipes volantes à disposição para fazer os testes em casa e sem custo, para evitar a poluição, porque é uma questão de saúde pública e direito universal”, frisou.
Ele explicou que o resultado do exame de swab de secreção nasal é operador dependente. “Já temos naturalmente um índice alto de falsos negativos por coleta tecnicamente falha. No caso de negativo, mas a pessoa esteja com sintomas sugestivos, deve procurar atendimento médico, de preferência especializado, não deixar de usar máscara e evitar aglomerações”, orientou.
Terra reforçou que a pessoa que estiver com sintomas deve manter o distanciamento social. “O indicado é não comer junto com outras pessoas e não conviver em ambientes fechados principalmente com pessoas do grupo de risco”, recomendou.
De acordo com o médico, em casos positivos, o paciente deve iniciar o tratamento precoce, seguir orientações de quarentena e buscar orientação especializada. “Se der negativo o autoteste e prevalecer sintomas, esperar 48h e repetir o teste de antígeno em posto de saúde ou particular em laboratório”, indicou o profissional.
O registro de autoteste de doenças infectocontagiosas de notificação compulsória, como a Covid-19, só podem ser feitos caso haja uma política de saúde pública e estratégia de ação estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Atualmente, são permitidos no país autotestes de diabetes, HIV e gravidez.