Esporte

Presidente admite atraso no registro de jogadores

Na partida de estreia na Série D, no último domingo, os 14 jogadores que entraram em campo pela equipe estavam irregulares. Clube pode ser punido

Depois de o Náutico colocar 11 jogadores e mais três reservas irregulares durante o empate de 1 a 1 contra o Nacional (AM) pela Série D do Campeonato Brasileiro, o presidente do clube, Adroir Bassorici, admitiu o atraso no registro dos atletas. Segundo ele, a entrada da documentação do elenco na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi feita na sexta-feira, 10, último dia útil antes da partida, realizada no domingo.

“Nós tivemos alguns problemas de ordem financeira, até mesmo de passagens de atletas (contratados fora do Estado) para chegar aqui. Teve atleta que ficou três, quatro dias aguardando por uma passagem no aeroporto, e, quando chegou para assinar o contrato, já era tarde. A gente encaminhou os contratos, pagamos as taxas, reconheço que pagamos um pouco atrasado. Tivemos um feriado (9 de julho) que complicou ainda mais. Demos entrada (da documentação) na sexta-feira, mas, infelizmente, nenhum atleta caiu no BID (Boletim Informativo Diário)”, explicou Bassorici, que a todo momento esteve ciente das possíveis punições que podem vir nos próximos dias.

Conforme o artigo 23 do Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol (RNRTAF) da CBF, a confirmação do registro deve ser feita num prazo de 48 horas de antecedência a uma partida.

O artigo ainda cita, em seu parágrafo único, que “a publicação do registro do contrato dar-se-á no BID em horário de expediente da CBF”, e, desta forma, no dia da partida, nenhum contrato havia sido publicado no boletim, já que era um domingo.

A publicação dos nomes de alguns dos atletas no BID só foi feita pela CBF no dia seguinte ao jogo.

POSSÍVEIS PUNIÇÕES – Ao mandar a campo 14 jogadores, o Náutico feriu o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que impossibilita “incluir na equipe, ou fazer constar na súmula ou documento específico equivalente, atleta em situação irregular para participar de partida, prova ou equivalente”.

Ainda segundo o artigo, a pena pela infração pode custar ao clube, três pontos, além do obtido diantedo Nacional. Mas a quantidade de pontos perdidos depende do procurador que oferecer a denúncia ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), podendo chegar a 43, sendo três por cada jogador, além do ponto conquistado pelo empate. O clube ainda pode ser multado entre R$ 100,00 e R$ 100 mil, conforme o CBJD.

“Ainda não fomos notificados (de processo), mas a gente tem conhecimento do regulamento. Na sexta-feira, às 18 horas, quando eu vi que nenhum contrato havia caído no BID, sobraram duas alternativas: suicídio ou castigo, e preferimos o castigo”, brincou o presidente.

A Série D começou há três dias e Adroir Bassorici crê na recuperação do Náutico, caso a perda de pontos seja mínima. “Nós temos chances de reverter isso dentro de campo. Nosso grupo mostrou que é bom, treinou (apenas) uma semana, teve jogador que estava em campo e não tinha treinado nenhum dia. Vamos trabalhar para buscar os pontos”, declarou.