O potencial para produção da cultura do trigo no cerrado roraimense está sendo demonstrado pela Embrapa. Uma Unidade de Observação foi instalada em campo na Vitrine Tecnológica da instituição em Roraima, onde estão sendo testadas três cultivares de trigo, semeadas em dezembro de 2021. Tais cultivares foram previamente selecionadas pela Embrapa Cerrados, para as condições de cerrado do Centro-Oeste do Brasil.
Neste mês, iniciaram os testes no Campo Experimental Água Boa (CEAB), área maior que está sendo preparada para receber o plantio com as mesmas cultivares testadas na Vitrine Tecnológica. Será avaliado a adaptabilidade das cultivares de trigo às condições edafoclimáticas do cerrado de Roraima, bem como a qualidade dos grãos produzidos, entressafra da soja/milho com uso de irrigação, avaliação da produtividade, densidade de semeadura, níveis de adubação, estudos de sanidade e qualidade da farinha produzida, podendo ser uma alternativa para os produtores de grãos nos cerrados de Roraima.
Estima-se que num prazo de dois anos, a Embrapa Roraima estará recomendando pelo menos uma cultivar de trigo adaptada às condições de cerrado no Estado.
A equipe que vai conduzir o projeto na unidade é formada pelos pesquisadores, Vicente Gianluppi, Daniel Schurt, Edmilson Evangelista, Oscar Smiderle, Daniel Gianluppi e pelo analista de Transferência e Tecnologia, José Mattioni e o técnico agrícola, Neivan Carvalho.
Atualmente, as plantas estão com cerca de 45 dias da germinação, encontram-se na fase de enchimento dos grãos e apresentam um bom potencial produtivo, superando as expectativas dos pesquisadores com a precocidade e sanidade do material em campo. A previsão é de que a colheita de algumas variedades ocorra entre 60 a 68 dias após a germinação.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Roraima, Edvan Chagas, uma rede de pesquisa está sendo estruturada com as Unidades da Embrapa Cerrados e Embrapa Trigo visando estudar todos os aspectos tecnológicos da cultura. O pesquisador Vicente Gianluppi, coordenador da pesquisa, reforça que essa parceria poderá gerar bons frutos, e que novas cultivares mais adaptadas poderão ser cultivadas nos cerrados de Roraima, Venezuela e Guiana.