Economia

Brasil perde mais de 2 mil agências bancárias

Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander são responsáveis por 93% dos fechamentos registrados na pandemia

O Brasil terminou 2021 com 18.302 agências bancárias. São 2.351 a menos do que o registrado no início da pandemia, segundo dados do BC (Banco Central). Motivo: a covid-19 impulsionou os pagamentos e o atendimento bancário por meios digitais.

Segundo dados do Banco Central, a rede de agências bancárias está diminuindo no Brasil desde 2017. Mas os fechamentos aceleraram na pandemia de covid-19. Foram 1.334 de março a dezembro de 2020 e mais 1.017 em 2021.

A queda acumulada na pandemia foi de 11% e levou a rede de agências bancárias da série histórica, iniciada em menor de 2007.

Grandes bancos

Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander respondem por 86% das agências do país. Mas também são responsáveis por 93% dos fechamentos registrados na pandemia –2.189, no total. Resultado: fecharam 15,4 mil postos de trabalho em 2020 e no 1º semestre de 2021. A exceção é da Caixa, que manteve e agora vai ampliar a rede de agências.

O banco que mais pandemia foi a rede de atendimento presencial no Bradesco. A instituição fechou 1.527 agências desde março de 2020 e, com isso, passou o posto de maior rede física do país para o Banco do Brasil.

Em nota, o Bradesco disse que acelerou “o processo de transformação, otimização e modernização de sua física de agências” porque 98% das transações já são digitais e que essa rede permite maior eficiência na gestão de custos. O processo passa por formação de agências próximas e pela transformação de negócios em unidades de consultoria de consultoria.

Procurados, os outros bancos também citam o aumento dos pagamentos digitais como uma razão para o fechamento de agências. Dizem que os brasileiros têm buscado cada vez mais outros meios de atendimento, sobretudo os digitais:

Banco do Brasil distribuição da rede do Brasil é acompanhado de tecnologia, de modo a mudanças de hábitos de seus clientes, considerando o avanço permanente para a realização de transações de meios digitais”;

Santander: “a ser atendido com entrega como, quando e onde” for atendido como, quando e onde”

Itaú: Diante do atendimento em outros canais, como internet, celular e agências, o banco avalia constantemente a sua rede de agências de atendimento aos novos clientes.

O volume de dinheiro em circulação caiu no Brasil pela 1ª vez no Plano Real em 2021.

Disso, as instituições financeiras dizem que as instituições no atendimento ainda cumprem um papel importante. O Santander, por exemplo, possui agências no interior e municípios em que não tinha ponto físico de atendimento nos últimos, apesar do saldo global de anos designados.

O Banco Brasil afirmou que, enquanto fechava rede também, ampliou a correspondentes de unidades especializadas para atendimento. O Itaú disse que as agências despontam como “mais humanizados de relacionamento e consultoria”.

Caixa: na contramão

A Caixa Econômica Federal é o único dos 5 maiores bancos do Brasil que não define agências bancárias na pandemia de covid-19. O número de agências do banco público está estável desde 2018 e vai crescer em 2022.

A Caixa promete abrir 268 agências nos próximos meses, das quais serão dedicadas exclusivamente ao agronegócio. Quase 1/3 dos novos locais de atendimento no Nordeste.

Em nota, a Caixa que “este processo é técnico e disse está baseado em avaliação matemática, que considera a viabilidade financeira, por meio dos planos de negócios das unidades, e a função social do banco. Vale enfatizar que parte significativa da população continua tendo a necessidade de atendimento presencial”.

Fonte: Poder360