Cotidiano

Deputado defende entrada da Guiana no Parlamento Latino e Caribenho

Hiran Gonçalves assumiu presidência da representação brasileira do Parlatino. Ele falou ainda sobre a pré-candidatura ao Senado, o Linhão de Tucuruí, a migração venezuelana em Roraima e o enquadramento de servidores do Ex-Território

Novo presidente da representação brasileira no Parlamento Latino e Caribenho (Parlatino), o deputado federal Hiran Gonçalves (Progressistas) disse ao Agenda da Semana desse domingo (6) que vai defender, na próxima assembleia geral, a entrada da Guiana na organização. O programa completo com a entrevista pode ser conferido ao final da reportagem.

O Parlatino é composto por 24 países e parlamentares com mandato, os quais discutem temas como a defesa da democracia, a integração latino-americana, a não-intervenção e a solução pacífica, justa e negociada das controvérsias internacionais. “A Guiana é um dos países que mais cresce do mundo e precisa participar desse parlamento”, defendeu Gonçalves.

O deputado revelou ainda que o parlamento deve discutir nas próximas reuniões temas atuais, como a migração venezuelana – que produz impactos em Roraima -, a cobertura vacinal contra a Covid-19, a violência contra a mulher, o tráfico de crianças e a vulnerabilidade de afrodescendentes na América Latina.

Hiran Gonçalves reafirma pré-candidatura ao Senado

Hiran Gonçalves reafirmou sua pré-candidatura ao Senado no pleito deste ano e a importância do apoio do governador Antonio Denarium (Progressistas). “Falei pro governador que no palanque dele não pode ter dois candidatos a senador. Quando houve essa experiência, não deu certo”, disse, em referência ao também interessado nesse apoio, o senador Telmário Mota (Pros).

Gonçalves revelou nomes que podem concorrer ao cargo de deputado federal por seu partido, como o ex-deputado, Luciano Castro, atual secretário estadual das Cidades. “Tenho tido uma conversa muito adiantada com o deputado Ottaci [Nascimento], o delegado-geral Herbert Amorim e outros nomes muito bons, com trabalhos reconhecidos”, destacou.

Para deputado estadual, o presidente estadual do Progressistas destacou postulantes à reeleição Jânio Xingu, Angela Águida Portella e Chico Mozart, e ao primeiro mandato, como os empresários Marlon da Mirage e Fernando Dalla Nora.

Linhão de Tucuruí

Questionado sobre o andamento das obras do Linhão de Tucuruí, que promete ligar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SNI), Hiran Gonçalves revelou que teve uma conversa com o ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, o qual explicou que, para a construção se concretizar, falta apenas a compensação financeira para a comunidade Waimiri-Atroari, que vive na Terra Indígena por onde passaria a ligação.

“Acredito que seja só uma questão de tempo, mas a obra vai sair. Já estivemos mais longe […] Estamos sempre cobrando do governo federal pra que essa obra esteja andando a todo vapor até o fim do governo”, pontuou.

LEIA MAIS AQUI

Emenda à MP do setor elétrico promete acabar impasse do Linhão de Tucuruí

Migração venezuelana em Roraima

Hiran Gonçalves também foi questionado sobre os impactos da migração venezuelana em Roraima, sobre os quais apontou soluções, como a saída do ditador Nicolás Maduro, a distribuição de abrigos para outros estados do Brasil e o fortalecimento da interiorização.

O deputado federal criticou ainda a falta de controle da entrada dos migrantes na fronteira, em meio à impossibilidade de saber a origem de cada cidadão. “Não temos informações sobre a vida pregressa do cidadão, ele pode ser assaltante, delinquente, entra no Brasil e ganha nova identidade. Isso é muito grave”, criticou.

Por fim, lembrou da denúncia da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, da qual é membro, contra Nicolás Maduro, no Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda. O ditador é acusado de crimes contra a humanidade.

Enquadramento de servidores do Ex-Território Federal

Hiran Gonçalves destacou que toda semana é publicada uma ata sobre o enquadramento de servidores do Ex-Território Federal de Roraima e que o Tribunal de Contas da União (TCU) deve decidir sobre o entendimento de que delegados do Ex-Território precisem ou não comprovar escolaridade para serem enquadrados. Para ele, independente da escolaridade, o reconhecimento a quem trabalhou seria “justo”, uma vez que isso não havia esse requisito na época.

Por fim, disse que deve ter uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para pedir celeridade ao processo de enquadramento e reforçar a discussão sobre o ressarcimento federal de recursos ao Estado de Roraima, por gastos no enfrentamento aos impactos da migração venezuelana no início da crise.