Mesmo com o aumento exponencial da telefonia celular nos últimos anos, os Terminais de Uso Público (TUPs), popularmente conhecidos como “orelhões”, continuam sendo o socorro de muitas pessoas, principalmente dos bairros mais afastados do Centro. Entretendo, a péssima conservação desses aparelhos públicos, aliada à pouca qualidade na oferta do serviço de telefonia no País, dificulta ainda mais a sua usualidade pelos brasileiros.
De acordo com o sistema de informações Fique Ligado, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), atualmente o País dispõe de 824.555 orelhões. Um número ainda expressivo, levando-se em consideração a queda na procura desse tipo de serviço. Em Roraima, segundo o sistema, dos 2.284 orelhões espalhados por todo o Estado, 166 estão em manutenção.
Desse total, 1.954 funcionam 24 horas por dia, 30 são adaptados para cadeirantes e 07 possuem adaptações para deficientes auditivos e da fala. Na Capital, são 1.497 orelhões. Entre as regiões com maior abrangência de telefones públicos está a zona Oeste, que é compreendia por cerca de 40 bairros, mas, assim como muitos casos, a situação desses aparelhos não é das melhores.
No bairro Dr. Sílvio Leite, por exemplo, é possível ver aparelhos danificados, corroídos pela ação do tempo ou até sem sinal. “Às vezes, quando não dá para comprar crédito para celular, eu utilizo o orelhão para fazer ligações. No entanto, é muito complicado encontrar um que faça ligações. Uns nem completam chamada”, comentou a dona de casa Vanda Leal, de 35 anos.
Outra que reclama da falta de conservação é Maria do Rosário Sousa, de 50 anos. Moradora da rua Casimiro José da Silva, ela relatou que já passou apuros por não poder utilizar o serviço de telefonia público. “Uma vez, precisei recorrer ao orelhão para informar sobre um acidente que aconteceu na minha rua, entretanto, na parte onde moro, o único orelhão está caído desde o início desse ano. Por sorte, uma pessoa que passava no momento conseguiu acionar o socorro a tempo”, disse.
MUNICÍPIOS – Boa Vista é o município do Estado com maior número de orelhões implantados. São 1.497 aparelhos, com 26 em manutenção. São 1.226 que funcionam 24 horas, 21 adaptados para cadeirantes e 07 possuem dispositivo para deficientes auditivos ou com problemas na fala. Em Alto Alegre, são 46 orelhões, 06 em manutenção. Desse total, 41 funcionam 24 horas, 01 é adaptado para cadeirantes.
No Município de Amajari, dos 52 orelhões implantados, 17 se encontram em manutenção. Cinquenta funcionam 24 horas por dia e um é adaptado para cadeirantes. No Bonfim, dos 52 orelhões disponíveis, 11 estão em manutenção. 45 funcionam 24 horas e 02 são adaptados para cadeirantes.
O Cantá possui 70 orelhões, onde 14 estão em manutenção. Deste total, 69 funcionam 24 horas e não há nenhum com adaptação para qualquer tipo de deficientes. Já em Caracaraí, dos 65 orelhões disponíveis, apenas 01 está em manutenção. 59 funcionam em regime de 24 horas e 01 é adaptado para cadeirantes.
No Caroebe, 27 orelhões estão disponíveis à população, mas 10 deles estão em manutenção. 25 funcionam 24 horas e nenhum possui adaptações especiais. Em Iracema, dos 41 orelhões existentes, apenas 01 está em manutenção. Desde total, 38 funcionam 24 horas e nenhum possui adaptações especiais.
No Município de Mucajaí, dos 56 orelhões disponíveis para a população, 05 estão em manutenção. 49 funcionam 24 horas, 01 é adaptado para cadeirantes. Em Normandia, dos 29 orelhões do município, 06 se encontram em manutenção e 25 funcionam 24 horas. Já em Pacaraima, dos 38 orelhões do município, 02 estão em manutenção, 32 funcionam 24 horas e 01 é adaptado para cadeirantes.
Em Rorainópolis, 52 orelhões dão suporte às necessidades da população e apenas 02 estão em manutenção. 48 funcionam 24 horas e 01 é adaptado para cadeirantes. No município de São João da Baliza, dos 32 orelhões do município, 06 estão em manutenção e 27 funcionam 24 horas. Em São Luiz do Anauá, dos 30 orelhões do município, 02 estão em manutenção. 28 deles funcionam 24 horas e 01 é adaptado para cadeirantes, E no Uiramutã, todos os 25 orelhões do município funcionam 24 horas. No entanto, 16 deles estão em manutenção. Nenhum deles possui adaptações para cadeirantes ou dispositivos para deficientes auditivos e da fala.
OI – A Folha entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Oi para saber se a empresa realiza verificação sobre da qualidade da prestação de serviços e da conservação dos orelhões no Estado, mas não houve resposta. (M.L)