Assim como os humanos, os cães e gatos também podem ter diabetes. E neste caso, trata-se da Diabetes Mellitus, que está relacionada a alterações na função da insulina no organismo, gerando o aumento de açúcar no sangue e consequências na saúde dos animais.
Segundo a Dra. Valeska Rodrigues, docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Franca, existem dois tipos principais da diabete nos pets. “A primeira delas é a tipo I, mais comumente desenvolvida por falha na produção ou liberação de insulina pelo pâncreas. Já a tipo II é quando ocorre uma resistência à insulina, ou seja, mesmo com a produção normal do pâncreas, não ocorre o transporte efetivo da glicose para as células”, destaca.
Entre os sintomas, a especialista explica que os sinais clínicos podem variar de acordo com o tipo da diabete, porém em cães, o mais comum é o tipo I. “Os cães apresentam alguns sinais como a polifagia que é quando começam a comer mais que o normal, além dela, tem também a polidipsia que ocorre quando bebem muita água, e ademais, apresentam a poliúria, que é quando produzem muita urina, com aumento da frequência das micções”.
A professora também destaca que com o avanço da doença, pode ocorrer o aparecimento de catarata e emagrecimento progressivo, mesmo em animais que se alimentam adequadamente.
Já nos gatos, o tipo mais comum é a diabete II, que aparece na idade adulta. “Os gatos podem ter sobrepeso anterior aos sinais clínicos e, ao passar do tempo, emagrecem rapidamente. Em casos mais avançados, desenvolvem catarata, sinais neurológicos como déficit motor, convulsões, alterações em função de rins e infecções com frequência, podendo causar até a morte. Os felinos também apresentam sinais presentes nos cães, como aumento na ingestão de alimento, água e na produção de urina e micção”.
De acordo com a docente, vários são os fatores que podem desencadear a enfermidade nos animais. “Alguns casos acontecem por conta da herança familiar ou genética, outros, podem ser desencadeados pela alimentação e também por doenças metabólicas. Vale ressaltar que animais jovens podem apresentar sinais da chamada Diabetes juvenil, enquanto outros podem adoecer na vida adulta”, explica.
Prevenção e tratamento
Como prevenção, Valeska aponta que a melhor forma de diagnóstico e tratamento é fazer o acompanhamento dos animais com um veterinário de confiança. Caso o tutor perceba sinais de aumento na ingestão de água e alimento, emagrecimento, e uma maior frequência da micção, o dono deve procurar um especialista o mais rápido possível.
Para a professora, é importante priorizar o atendimento veterinário, pois existem dietas e rações específicas para animais portadores de diabetes, que auxiliam o veterinário na manutenção da qualidade de vida dos pets. “Além disso, a utilização de insulina exógena injetável é frequentemente indicada, porém, exames precisam ser realizados, para que a dose seja eficiente e em algumas situações, ajustadas. Por isso, o tutor não pode deixar de levar seu pet ao Médico Veterinário”.
“Outro fator relevante, é que fêmeas não castradas tendem a apresentar desequilíbrios na glicemia logo após o cio, uma vez que o hormônio produzido nesta fase, a progesterona, tem efeito nas funções da insulina, causando resistência e hiperglicemia. Por isso, se as cadelas e gatas não são indicadas a reprodução, existe a recomendação de se castrar o animal, para evitar os desequilíbrios e maiores prejuízos a paciente”.
De modo geral, a veterinária alerta que quanto mais cedo acontecer o diagnóstico e tratamento, menor serão os riscos e sequelas ao animal. Desta forma, é possível levar uma vida saudável, como acontece com os seres humanos.