Saúde e Bem-estar

Descubra mitos e verdades sobre a imunização contra o HPV

Dia internacional da conscientização sobre o HPV é celebrado hoje

O Dia internacional de conscientização sobre o HPV (uma abreviação em inglês para Papilomavírus Humano) é celebrado hoje, dia 4 de março. A vacina está disponível gratuitamente à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), mas ainda é alvo de falsas afirmações.

A imunização contra o HPV é importante pois o vírus é fator de risco para os cânceres de colo de útero, anal, vagina, orofaringe, vulva e pênis.

A oncologista Andréa Paiva Gadêlha Guimarães fala sobre a imunização contra a doença “Apesar de estar disponível uma vacina contra o HPV no sistema público de saúde, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, muitas famílias ainda deixam de imunizar os filhos, influenciadas por preconceitos e desinformação”, afirmou.


Homens também contraem o HPV e devem tomar a vacina para prevenir a infecção e não serem canais de transmissão para as mulheres (Foto: Arquivo FolhaBV)

Para contribuir com a conscientização, levantamos com a especialista alguns mitos e verdades sobre o tema. Confira a seguir:
 
A vacina contra o HPV previne vários tipos de câncer?

Verdade. O HPV é o principal fator de risco do câncer de colo de útero.  O vírus está associado a 99,8% dos casos dessa doença oncológica e a vacina é eficaz contra esse vírus. E não é só isso, o vírus HPV é responsável também por 80-90% dos casos de câncer anal; 60% dos casos de câncer de vagina; a 25-35% dos casos de câncer de orofaringe;  40% dos casos de câncer de vulva;  40-50% dos casos de câncer de pênis.
 
Meninos não precisam tomar a vacina contra HPV, somente as meninas?

Mito. Homens também contraem o HPV e devem tomar a vacina para prevenir a infecção e não serem canais de transmissão para as mulheres. Vale ressaltar que o HPV, embora seja mais divulgado como fator de risco de câncer de colo de útero, também aumenta as chances de desenvolver câncer de pênis, ânus e cavidade oral.
 
A vacina contra o HPV pode causar paralisias, doenças neurológicas, infertilidade, menopausa precoce?

Mito. A vacina contra HPV é eficaz e segura.
 
A vacina deve ser aplicada antes do início da vida sexual?

Verdade. A vacina deve ser aplicada antes do risco de contrair o vírus, já que é um vírus transmitido por via sexual. Por essa razão, é importante seguir a recomendação médica: vacinar meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Nessas faixas etárias, a eficiência é maior e são recomendadas  apenas duas doses. A partir dos 15 anos, devem ser realizadas  três doses.
 
Mesmo tomando a vacina, a mulher deve manter a rotina do exame preventivo de Papanicolau para rastreamento do câncer do colo do útero?

Verdade. Sim,  mulheres vacinadas contra o HPV, precisam realizar o exame preventivo de Papanicolau para identificar e tratar precocemente lesões precursoras que podem levar ao desenvolvimento do câncer.
 
Somente o Brasil utiliza a vacina contra HPV nos programas públicos de vacinação.

Mito. A vacina contra o HPV é adotada por vários países e faz parte da estratégia da Organização Mundial da Saúde para erradicação do câncer de colo de útero do mundo até 2030.
 
Ao vacinar meus filhos contra o HPV, vou estimular precocemente sua vida sexual?

Mito. A vacina é um fator de proteção contra o HPV, portanto contra vários tipos de cânceres relacionados a esse vírus. Há diversos estudos científicos no mundo que comprovam não haver relação entre a vacinação contra HPV e o inicio precoce da vida sexual ou qualquer comportamento de risco.
 
Se a pessoa usar preservativo durante as relações sexuais, não precisa se preocupar com o HPV?

Mito. Usar preservativo durante a relação sexual é importante, mas essa medida não previne a infecção pelo HPV, pois o vírus pode estar presente em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal).

No sistema público, a vacina também está disponível para adultos, em situações especiais?

Verdade. Além das crianças e adolescentes,  a vacina é recomendada e disponível no sistema público para homens até 26 anos e mulheres até 45 anos portadores do vírus HIV, transplantados de órgãos sólidos, medula óssea ou em tratamento oncológico. Nesse caso, são recomendadas três doses, sendo que a segunda dose é feita após 2 meses da primeira e a terceira dose após 6 meses da primeira dose.