Prover condições para desenvolver a agricultura indígena no Estado é uma das metas do deputado federal Edio Lopes (PMDB), que anunciou, na manhã de ontem, 19, durante entrevista ao radialista Getúlio Cruz, no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha AM 1020, o investimento de R$ 17 milhões em recursos para financiar dezenas de pequenos projetos nos municípios de Uiramutã e Normandia, que abrangem a região da reserva indígena da Raposa Serra do Sol.
O deputado afirmou que durante esta semana o convênio para a liberação dos recursos será assinado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), atual detentor do dinheiro. De acordo com ele, o Estado “ganhará” a verba, pois a quantia é oriunda de uma doação realizada pela Coreia do Sul ao Brasil, no valor de U$ 1 bilhão, o qual deve ser investido exclusivamente na Amazônia. “A partir daí, nós elaboramos projetos e obtivemos o parecer favorável do banco, que doará cerca de R$ 17 milhões desse dinheiro para investimentos em Roraima”, ressaltou.
Após a liberação do montante, o projeto geral (que engloba todos os outros pequenos projetos) prevê, de início, o atendimento de mais de 84 comunidades indígenas na região. “Nós vamos atender as comunidades e dar condições para o desenvolvimento da bovinocultura, dando mais de duas mil cabeças de gado às comunidades e treinamento aos criadores para desenvolverem esta atividade. Além de desenvolver projetos de piscicultura, plantação de mais de 200 hectares de mandioca e, também, algumas comunidades receberão incentivos para a plantação de bananas”, explicou o deputado.
Ele ressaltou que o dinheiro servirá ainda para a construção de barragens na região do Baixo Coutinho, na região sul do Estado, que não tem um açude capaz de atender todas as comunidades. “Aquela é uma região seca, na qual nós vamos perenizar os igarapés e dar um grande alívio para quem depende da agricultura ali”, afirmou.
Outra atividade prevista no projeto e destacada pelo deputado é a plantação de melancia. “Ali na região de Normandia temos comunidades com a tradição da produção da melancia. São exímios produtores do fruto, no qual o projeto quer expandir essa capacidade ao máximo” justificou.
Serão investidos, ainda, cerca de R$ 5 milhões em equipamentos, como caminhões, tratores, plantadeiras, para fazer o transporte dos produtos. “Trata-se de um projeto muito vasto. Por isso, vários tipos de bens serão adquiridos nas mais diversas áreas de produção agrícola desses indígenas. Até uma fábrica de gelo na região será construída para garantir a qualidade do transporte de tudo o que for produzido”, afirmou.
Edio Lopes ressaltou que o projeto visa dar uma segurança aos indígenas e também gerar excedentes às comunidades para que possam usar o lucro para satisfazer algumas necessidades. “É um projeto grande que vai atender a várias particularidades, dando todas as condições para que esses indígenas se desenvolvam. Por que não é só demarcar reservas e deixar que esses índios se virem. Eles precisam ter condições de se sustentar. Acredito que esta será a grande semente da recuperação ou da introdução das comunidades indígenas de Roraima na economia do Estado”, concluiu. (J.L)