O reajuste do preço do petróleo nas refinarias, anunciado pela Petrobras na quinta-feira (10/3) refletiu em diversos setores e afetou, ainda mais, o bolso do consumidor. Como mais uma das consequências, as companhias aéreas preparam aumento no valor das passagens ainda neste mês de março.
Azul, Gol e Latam já estudam os novos valores. O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, admitiu que a indústria de aviação responde à alta dos combustíveis com aumento das tarifas, e a redução na oferta de voos. A medida vem no momento em que o turismo no país estava se movimentando para uma recuperação.
A empresa aérea comandada por Cadier, disse ainda que “é inegável o impacto nos custos das companhias aéreas, em função da alta do preço do querosene da aviação (QAV) que, infelizmente, diante da imposição desse novo cenário de crise sem precedência e previsibilidade, afetará o aumento no preço das passagens”, relatou.
A Gol está em período de silêncio, que é uma medida legal concedida a empresas de capital aberto, dias antes da divulgação de resultados trimestrais. A companhia não confirmou, nem negou, o reajuste, mas disse acompanhar o posicionamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que já se pronunciou sobre o assunto e afirmou que “o consequente encarecimento do QAV nos curto e médio prazos poderá frear a retomada da operação aérea, o atendimento logístico a serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos, incluindo o foco na expansão de mercados regionais”.
Situação pior
Também por meio de nota à imprensa, a Azul disse que, há 14 anos, o valor do barril do petróleo já foi maior, mas que agora a “situação é muito pior, pois naquela época o valor do dólar estava muito abaixo dos atuais R$ 5,00 e era cotado abaixo de R$ 2,00”. “Essa matemática é bastante impactante para o setor aéreo, em especial para as empresas brasileiras, que têm diversos custos em dólar e um dos combustíveis mais caros do mundo”, afirmou.
As principais companhias aéreas do país devem aumentar nas próximas semanas o preço das passagens. A alta segue o curso de subida do preço dos combustíveis no mercado internacional, resultado do encarecimento das commodities desde a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia.