Cotidiano

Aderr monitora áreas produtivas na Capital

A praga da mosca da carambola continua sendo a mais temível para a economia local, por isso o reforço nas ações de monitoramento

Desde que foi detectada, a mosca da carambola tem causado muitos prejuízos para a produção frutífera no Estado, principalmente relacionados ao cultivo de manga, goiaba, caju, acerola, tomate e alguns tipos de cítricos. A Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr) tem realizado um trabalho de monitoramento da praga em todo o Estado.  

“A mosca da carambola é a praga que nos faz ter maior atenção, porque ela é responsável por fechar as áreas de cultivo para a exportação de frutas aqui no Estado. Não que ela seja mais agressiva que as outras, mas por ser a mais temida para o mercado nacional e internacional, porque toda mosca das frutas causa um estrago maior. Ela coloca os ovos dentro do fruto e a larva se desenvolve ali mesmo. Quando esse fruto chega ao destino e, como ela é pouco perceptível, os ovos eclodem e a mosca sai para se propagar rapidamente. Então, é uma preocupação mais econômica para o país e para os países que importam esse produto”, disse o gerente de Defesa Vegetal do órgão, Carlos Terossi.

O especialista explicou que, diferente das zoonoses, que são as doenças que acometem os animais, as pragas vegetais geralmente não causam danos à saúde humana, sendo danosa apenas para a economia, o que acaba gerando a desaceleração da geração de emprego no campo e na agroindústria. Para combater os efeitos disso, a entidade tem desenvolvido uma série de trabalhos de fiscalização, catalogação e monitoramento de pragas no Estado.

“Na região de fronteira, esse trabalho é feito por meio do controle de trânsito, que se dá por meio de Autorização de Transporte Vegetal (ATV). Quando há a detecção de foco de pragas nessas localidades em específico, esse controle é feito pelo Ministério da Agricultura, porque é de competência dele. A partir do momento que essa praga encontra-se dentro do Estado, ou seja, não se trata mais de fronteira, a Aderr é quem passa a ter a responsabilidade, quando são inseridas as barreiras sanitárias, justamente para evitar que elas cheguem às áreas livres”, frisou.

Esse trabalho de monitoramento é realizado em algumas localidades onde já foi detectada a incidência de pragas. Sempre ampliado para manter todo o Estado protegido. “Na semana passada, nós iniciamos esse trabalho nas unidades de produção de Boa Vista, instalando as armadilhas para saber realmente se existem pragas ou não na Capital. Se não detectado, dentro do prazo de 368 dias nós iniciamos os trâmites de liberação dessas áreas. Caso o contrário, essa área permanece sob vigilância até a erradicação do problema”, destacou.

Ainda segundo Terossi, atualmente o Estado possui catalogado cerca de oito pragas, sendo que uma delas, a canto da videira, já está com sua erradicação confirmada. “Essa praga é considerada um caso de sucesso, pois desde que ela foi detectada no Estado, a Aderr vem realizando uma série de ações de combate. Como resultado positivo, conseguimos erradicá-la, faltando apenas oficializar a sua eliminação”.

Existe ainda o ácaro indostânico, que ataca as frutas cítricas, cujo estudo está sendo realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para diminuir essa disseminação. O cancro cítrico foi detectado no Estado desde 2002. O trabalho de combate vem sendo intensificado com a formalização da agência. O ácaro vermelho, que foi uma praga que prejudicou o plantio de banana no Estado, está sendo monitorado e outras três pragas estão em estudo.

Para o gerente, os avanços obtidos pela agência foram fruto de novos investimentos feitos pela nova gestão do Estado, pois até o ano passado, as ações estavam paradas e toda a estrutura encontrava-se sucateada. “Com o início do novo governo, houve uma série de ações benéficas para o retorno total das atividades, como a reestruturação das barreiras de fiscalização, a instalação de novas barreiras; celebração de convênio com o Mapa para melhoramento no aparelhamento da agência, com mais viaturas e verbas para combustível, além da convocação de servidores concursados. “Só para se ter uma ideia, na primeira chamada, foram 92 novos servidores, o que acabou ampliando o quadro para 100 pessoas, sendo que 92% dessa mão de trabalho foram para as barreiras”, pontuou. (M.L)