Cotidiano

Moradores de Santa Maria do Boiaçu reclamam da situação de abandono

Escolas sem reforma e posto médico sem estrutura são alguns dos problemas apontados pela população isolada no Sul do Estado

Moradores da Vila de Santa Maria do Boiaçu, no Município de Rorainópolis, extremo Sul do Estado, denunciaram que estão abandonados pelo poder público e reivindicam melhorias de infraestrutura. Disseram que há anos as escolas não são reformadas, por isso estão em condições precárias, e que o posto médico está em péssimas condições. Naquela região, só se chega de barco ou de avião.

Eles relataram as dificuldades de morar num local “esquecido por todos”. “Só aparece político aqui em tempos de eleição, fazem promessas de que vão melhorar a vila e depois somem e não volta mais”, disse uma moradora. Entre as dificuldades relatadas, estão a falta de estrutura e limpeza das ruas, mato e lixo se acumulando e falta de água de boa qualidade para consumo humano, além da falta de medicamentos básicos para a população.

Outro ponto destacado foi a conservação da pista de pouso da localidade. “A pista de pouso está sem condições de pousar aviões, está cheia de buracos e com mato. E essa é a única forma de chegar socorro emergencial na vila”, disse um morador.     

GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado informou que trabalha na elaboração do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Rio Branco, que envolve uma série de ações para consolidar a presença do Estado na região, estruturando e promovendo o desenvolvimento das comunidades.

Afirmou que o plano está em fase de planejamento, dentro do qual já foram realizadas várias reuniões técnicas e iniciado o processo de captação de recurso. “Em audiência com a governadora Suely Campos, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, firmou o compromisso em disponibilizar R$ 10 milhões em projetos para a região. Na primeira fase, a ideia é investir no controle e gestão ambiental, além de projetos de infraestrutura e instalação das instituições que compõem o governo, fazendo com que o Rio Branco faça, de fato e pela primeira vez, parte da estrutura de governo como um todo”, frisou.

Após isso, segundo o governo, serão reforçadas as ações de educação, saúde, assistência social e demais serviços, preparando a área para o desenvolvimento do seu potencial turístico. Os projetos serão inseridos no PPA (Plano Plurianual) 2016-2019, mas as ações de planejamento já iniciaram e continuam neste ano, conforme diz a nota.

Paralelamente, a gestão frisou que tem se empenhado em levar os mais diversos serviços às comunidades que compõem a região do Baixo Rio Branco. “Um exemplo é a Caravana do Povo, que levou atendimentos aos ribeirinhos. A maior ação promoveu quase cinco mil atendimentos, mas a expectativa é chegar a 12 mil atendimentos até o fim do ano em ações diversas. Além disso, o Governo do Estado disponibiliza o transporte aéreo a pacientes da região que necessitem de atendimento de urgência”, destacou.

O governo afirmou que uma equipe da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) partiu, na manhã desta sexta-feira, dia 17, para uma visita técnica em quatro comunidades ribeirinhas na região do Baixo rio Branco. O objetivo é realizar um levantamento preliminar sobre a situação e as condições do abastecimento de água nas comunidades de Santa Maria do Boiaçu, Terra Preta, Cachoeirinha, Sacaí e Caicumbi. Atualmente, um poço está em funcionamento em Santa Maria, porém, há necessidade de um reservatório no local. A Caer disse que está em fase de estudo e planejamento para a construção desse reservatório.

“A região dispõe ainda de uma pista de pouso em plena operação, com capacidade para aeronaves com até dois motores, sendo suficiente para atender às principais necessidades da população, como ocorre atualmente com o transporte de pacientes e outras situações de emergência atendidas pelas aeronaves do governo”, frisou a nota. (R.R)