Cotidiano

Comissão será criada para estudar propostas entre governos do Brasil e Venezuela

As propostas apresentadas por Roraima foram para os setores da Agricultura, Infraestrutura, Transferência de tecnologia, Turismo, Educação, Saúde e Mercosul (Mercado Comum do Sul)

Após uma reunião realizada na tarde de ontem, 20, sala de reuniões do Palácio Senador Hélio Campos, a governadora Suely Campos e o governador do estado de Bolívar, na Venezuela, general Francisco Rangel Gómez anunciaram a criação de uma comissão para analisar acordos entre os dois estados.

As propostas apresentadas por Roraima foram para os setores da Agricultura, Infraestrutura, Transferência de tecnologia, Turismo, Educação, Saúde e Mercosul (Mercado Comum do Sul).

A expectativa é que dentro de um mês o estado de Roraima obtenha retorno, já com possibilidades de acordos concretos a serem firmados, atendendo aos interesses mútuos dos estados.

“Viemos ratificar o compromisso de estreitar os laços de cooperação, encontro, camaradagem e trabalho em comum, de situações que podem ajudar os dois povos [de Roraima e Bolívar] em temas importantes”, disse Gómez.

O governador disse ainda que uma equipe técnica vai se reunir nas primeiras semanas de agosto e será responsável pela preparação de um documento, observando cada um dos pontos tratados na reunião em Roraima, sem burocracia.

CALCÁRIO

Uma das propostas mais relevantes tratadas na reunião foi à compra de calcário da Venezuela. Hoje, Roraima adquire o insumo direto do Pará, sendo transportado via fluvial, enquanto que o país vizinho, o estado de Bolívar distante pouco mais de 700 quilômetros, tem grandes jazidas.

A tonelada do produto no Pará custa R$ 280 e na Venezuela, o preço varia entre R$ 40 e R$ 50, já moído. A proposta roraimense é comprar entre 10 e 15 mil toneladas de calcário, para serem distribuídos entre os agricultores familiares. Hoje Roraima tem 25 mil hectares de soja plantados, com projeção para os próximos três anos de alcançar 80 mil hectares plantados.

INFRAESTRUTURA

Na infraestrutura, o ponto de discussão foi à aquisição de matéria-prima para o asfaltamento de estradas. “Precisamos de insumos para asfaltamento a preços inferiores aos praticados pela Petrobrás [hoje a empresa que fornece essa matéria]. Isso será muito importante para o nosso desenvolvimento”, disse o secretário Estadual de Infraestrutura, Flamarion Portela.

ALIMENTOS

O consultor especial do Governo do Estado, Neudo Campos, destacou na reunião, que atualmente Roraima tem como projeto aumentar a produção de alimentos e a Venezuela é um grande importador de alimentos do Brasil.

“A Venezuela é um dos maiores compradores de frango do mundo e o Brasil é o maior fornecedor para esse país, sendo que o produtor é do Mato Grosso”, disse, ao adiantar que o governo estadual fez o convite para essa indústria se instalar aqui e economizar com os custos de logísticas, dada o posicionamento geográfico. “Essa reunião é uma forma de colocar em prática o Mercosul”, enfatizou.

Nesse contexto, a governadora Suely Campos disse que a Venezuela por anos investiu em extração de minerais e outras matrizes produtoras e deixou de produzir alimentos.

“A produção de alimentos é a necessidade número um para a Venezuela e nós estamos com a bandeira de aumentar a nossa produção de grãos [soja, milho e outros], passa a ser uma possibilidade de exportação”, disse, ao reforçar que são interesses comuns entre os dois estados.

Outro ponto discutido no encontrou foi a possibilidade de criação de uma linha comercial aérea entre Boa Vista e Bolívar, para estimular pacotes turísticos para ambos os estados e movimentar a economia por meio do turismo.

AVALIAÇÃO

O governador Francisco Rangel Gómez destacou a relação amigável que a Venezuela tem com Roraima e que esse tipo de ação fomentada pelo atual governo só tende a melhorar a relação e incentivar novas parcerias. “Já temos uma relação com o estado de Roraima e a nossa vinda foi para firmar o interesse em manter essa relação amigável”, frisou.

A governadora Suely Campos vê positivamente a reaproximação do estado de Bolívar. Segundo ela, os dois estados têm necessidades que podem ser supridas entre si. “É um momento importante para estreitarmos as relações entre os dois estados”, reforçou.

Com informações da Secom