As estradas vicinais do município de Caroebe, no Sul de Roraima, ficaram intrafegáveis com o período rigoroso de chuvas deste ano. Na vicinal 12, por exemplo, quase ninguém consegue passar por causa da lama e do buraco.
É o que contou a agricultora Maria Cleonice, de 47 anos, 14 deles vividos na região. “Sempre foi assim. Algumas vezes, entrou a máquina do município, porém nunca fazem um serviço que preste. Parece que fica cada vez pior”, criticou ela, que produz bananas e cria gado às margens da 12.
“Não pedimos muito. Queremos apenas uma estrada a qual podemos trafegar, retirar nossas produções”, afirmou Cleonice, que lamentou que, em época de chuva, os filhos de 15 e 17 anos ficam sem ir para a escola por causa da precariedade da via.
Uma grávida, que pediu anonimato, contou que a 12 não recebe manutenção há oito anos e afirmou estar isolada, sem conseguir fazer o pré-natal. “Nossas pontes estão caindo. Só conseguimos nos locomover de moto ou trator, pois carro pequeno não passa”, relatou.
O prefeito de Caroebe, Osmar Filho (Republicanos), admitiu o problema, que também afeta as outras 21 vicinais do Município. “Algumas estão sendo arrumadas pelo Governo do Estado, outras estão sendo recuperadas pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e nós temos as vicinais 12, 14, 13 (a mesma 49) e a 16. Essas vicinais já foram licitadas pela Prefeitura”, disse.
Filho explicou que o Município só aguarda o depósito de cerca de R$ 5 milhões, oriundos de emendas parlamentares, para começar a recuperar totalmente as vicinais 12, 13, 14 e 16, cujos trabalhos serão executados pela Prefeitura e incluirão terraplenagem, construção de bueiros, galerias e pontes. “Infelizmente, quando você trabalha projetos que vem através de emenda, trabalha um ano pra colocar no próximo orçamento. Então, a gente está aguardando a liberação desses recursos pra iniciar essas obras”, explicou, citando a burocracia.
O chefe do Executivo também admitiu que, durante as chuvas, o Município enfrenta dificuldades para atender todas as vicinais, nas quais, porventura, os condutores ficam atolados, uma vez que a Prefeitura tem apenas cinco máquinas para executar trabalhos emergenciais. “Infelizmente não temos máquinas suficientes para entrar em 22 vicinais de uma vez só”, disse.