Cotidiano

Greve continua sem data para terminar

Negociação com o Governo Federal não avançou e estudantes temem que segundo semestre letivo fique prejudicado

Os professores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) estão em greve desde o dia 1º deste mês. Dentre as principais reivindicações estão a garantia de uma política de financiamento, considerando o caráter público da instituição, sua autonomia constitucional e a função social da atividade docente, e uma política salarial revisada anualmente, com índice no mínimo igual à desvalorização monetária. Os alunos cobram uma resposta imediata para que não corram o risco de ter o segundo semestre deste ano comprometido. A greve não tem previsão para terminar.

Uma série de reuniões acontece em Brasília (DF) com representantes do Ministério da Educação (MEC) para que um acordo seja feito baseado na proposta dos professores federais, que ainda não obtiveram uma resposta significativa para as pautas. O vice-presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFRR (Sesduf/RR), Adriano Medeiros, explicou que as reuniões não estão acontecendo regularmente em âmbito institucional, apesar da greve, porque muitos professores estão viajando por conta das férias.

A perspectiva é que as discussões sejam promovidas com frequência no fim deste mês, com o retorno dos docentes, quando deveriam reiniciar as aulas. “A gente mantém uma regularidade somente das reuniões na assembleia geral, onde as coisas são definidas a partir das demandas ao comando geral de greve, quando nos unimos para saber o que fazer, quais atividades serão executadas e as informações que precisam ser divulgadas. A próxima deve acontecer na quarta-feira da semana que vem”, frisou Medeiros.

Segundo a Sesduf, cerca de 40 universidades federais espalhadas pelo País estão em greve, com a possibilidades de os Institutos Federais de Educação (Ifes) também adotarem as mesmas reivindicações, assim como alguns profissionais da União que não exercem funções exclusivamente nas instituições de ensino.

“Não tem nenhuma expectativa em relação à retomada das aulas. Na segunda-feira, dia 20, houve uma reunião do fórum dos servidores públicos federais com o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, mas não houve a análise que o sindicato nacional apresenta. Portanto, não houve avanço nas negociações do governo com os servidores”, acrescentou o vice-presidente da Seção Sindical.

Enquanto o impasse continua, os alunos acreditam que são os mais prejudicados. “Minha preocupação se fundamenta quando eu imagino que este seria meu último semestre no curso de Engenharia Civil. Eu já estou me organizando para a colação de grau. Eu vou aguardar com otimismo, esperando que até o fim do mês desatem os nós e as aulas sejam iniciadas. Não quero começar o segundo semestre em outubro”, destacou um estudante universitário.

Conforme a Sesduf, hoje o sindicato nacional tentará nova negociação com representantes dos ministérios do Planejamento e Educação, com previsão de que os reajustes salariais sejam concedidos. Os percentuais entre os níveis de carreira propostos pela categoria, quando professores em regime de trabalho de 20 horas semanais, 40 horas semanais e titulação devem ser de 5%.

UFRR – Quanto aos alunos que estão se preparando para iniciar o semestre 2015.2, a UFRR informou que as negociações sobre a greve estão sendo feitas pelos professores diretamente com o Ministério da Educação. (J.B)