Os cuidadores municipais completaram o 22º dia de greve nesta terça-feira (29), ainda sem um acordo com a Prefeitura de Boa Vista em torno de pautas como a redução da jornada de trabalho, de 40 para 30 horas semanais.
Desde 10 de março, metade dos cuidadores grevistas estão obrigados a trabalhar, por decisão do desembargador Mozarildo Cavalcanti, do Tribunal de Justiça de Roraima, que atendeu parcialmente o pedido da Prefeitura, a qual defendeu a ilegalidade da greve. Na ocasião, o Sitram (Sindicato dos Trabalhadores Municipais) prometeu cumprir a determinação.
Prefeitura e o sindicato têm audiência de conciliação marcada para 8 de abril.
No último dia 17, a Prefeitura retirou de tramitação da Câmara cinco Projetos de Lei voltados para a Educação municipal, que estavam parados na Casa, alegando “insensibilidade” dos vereadores. Um deles previa a redução da jornada de trabalho da classe.
No mesmo dia, o vereador Ítalo Otávio (Republicanos) defendeu a Câmara, ao dizer que os vereadores querem reduzir a carga horária com segurança, pois o Poder Executivo não teria deixado claro no Projeto de Lei como seria aplicada as 30 horas.
Nessa segunda-feira (28), cuidadores ligados ao Sitram procuraram o MDB, partido do prefeito Arthur Henrique, para entregar um ofício no intuito de pedir apoio da sigla para negociar as 30 horas. O sindicato disse que ainda não foi recebido.
“A sociedade está precisando do nosso serviço. Defendemos o diálogo pra gente voltar a oferecer o trabalho pra sociedade”, disse a vice-presidente do Sitram, Lucinalda Coelho.
Por sua vez, o presidente estadual do MDB, Romero Jucá, disse que o partido não iria se meter no assunto e sugeriu que a classe pressione os vereadores.
“Tem vários projetos que beneficiam a população e que, deliberadamente, vereadores estão boicotando a população que os elegeu. Vamos aguardar, mas se a situação ficar mais difícil, nós vamos cobrar e vamos nominar os vereadores que tão atrapalhando o povo de Boa Vista”, disse Jucá.