Entretenimento

Jogos de tabuleiro podem ser alternativas para se desligar da internet

Os jogos promovem socialização e o aprendizado através do desenvolvimento da leitura e raciocínio

O mercado de boardgames cresceu muito no Brasil nos últimos tempos. Vários títulos são lançados diariamente e com isso, ganhando novos fãs. São tantos elementos em um jogo de tabuleiro que até fica difícil assinalar apenas um, porém, um dos pontos mais atrativos, é a sua interação social e as relações formadas durante uma partida.

Para o funcionário público Rodrigo Guerreiro, cada jogo possui mecânicas únicas, que geram uma identidade para o game. Ele diz que para um jogo ser bom, ele precisa ser acima de tudo, divertido.

“Essas mecânicas forçam interações sociais entre os jogadores, por exemplo: o jogo pode obrigar os jogadores a interagir de forma comercial, comprando e vendendo itens, em outros casos, o jogadores são forçados a descobrir quem está mentindo ou blefando. Depende de cada regra e de cada jogo”. Portanto, para um jogo ser bom, basta divertir a mesa de jogadores, seja pelo designer do jogo, mecânicas, tema, ou sua simplicidade” reforça.

Rodrigo conheceu os jogos quando era criança, ainda nos anos 90, mas desde 2007, que as partidas viraram um grande hobby. Foi graças ao jogo ‘Os colonizadores de Catan’, criado por Klaus Teuber, que segundo ele, os jogos de tabuleiro ganharam uma nova roupagem.

“Antes, os jogos de tabuleiro, ficaram presos a uma trindade que fez parte da minha infância, os jogos: Banco imobiliário, Detetive, e War. Esses jogos eram sinônimo de Tabuleiro, pelo menos no Brasil, mas com a chegada do jogo Catan, um jogo alemão, com traduções no mundo todo, nós podemos experimentar algo totalmente novo, um jogo simples e fácil, mas que possui uma “jogabilidade” impressionante” disse.

Como começar a jogar?

O técnico em eletrotécnica Farley Santos também é um adepto dos boardgames. Ele diz que para começar a jogar, é simples, basta a  curiosidade para iniciar a experiência e um certo tempo para ler o manual de regras.

“No geral, as pessoas aprendem jogando com pessoas mais experientes e / ou assistindo inúmeros gameplays na internet. O ideal para quem está começando é escolher um jogo de nível de complexidade baixo e de curta duração. À medida que for gostando dos jogos a pessoa tende a procurar novas mecânicas e / ou se especializar nas modalidades que julga mais divertida” explica.

“A mecânica do jogo de tabuleiro é importante. Assim como música e filmes, é algo que varia com o humor da pessoa. Às vezes os jogadores querem jogar algo “pesado” , um jogo demorado e complexo de várias horas de duração e outras vezes um jogo rápido e leve , apenas para descontrair. Particularmente eu gosto de um meio termo , um boardgame que não demore muito , mas que tenha um mecânica que exija mais estratégica” exemplifica.

Farley conta que tinha um grupo de amigos que se encontravam frequentemente para jogar, porém com a pandemia, os encontros foram suspensos. “Antes  eu escolhia um sábado ou domingo para jogar . Muitos jogos tem plataformas on-line , mas não aderi. Prefiro jogos de tabuleiro presenciais” disse.

Mesmo sendo um adepto de carteirinha, Farley diz que não possui muitos tabuleiros em casa. “Como quase sempre ofereço a minha casa pras sessões de jogo . Os amigos acabam deixando os jogos lá em casa . Eu devo ter uns quinze jogos de tabuleiro’ relata.


Nada melhor que os jogos de tabuleiro ou que melhor que passar uma tarde com amigos jogando (Foto: Raisa Carvalho)

Futuro dos jogos

Para Rodrigo, a tendência é que o hobby cresça ainda mais no Brasil apesar da alta de jogos eletrônicos. Outro ponto interessante, da força dos boardgames modernos, é o fato de que eles não só sobreviveram ao crescimento dos jogos digitais, como tiveram crescimento mercadológico. “Ou seja, se a digitalização do mundo não venceu a interação social em uma mesa de jogos presenciais, o tempo provavelmente não irá tirar os boardgames da moda” finaliza.