Cotidiano

Vendas de carros novos se mantêm estável

Apesar do momento negativo para a economia brasileira, a venda de automóveis em Roraima ainda registra boas vendas

Diante da crise que afeta a economia brasileira, um dos setores mais impactados é o de venda de veículos, em especial o de carros novos. Em Roraima, onde o mercado possui peculiaridades em relação ao resto do País, as vendas se mantêm quase que inalteradas, mas as mudanças nas formas de financiamento já causam um impacto na hora de fechar negócio com o cliente.  

“O mercado de venda de veículos realmente é um dos setores que mais está sentindo o reflexo dessa crise, principalmente por conta do crédito para financiamento, que, esse ano, ficou mais desfavorável, com uma política de análise mais rígida e com exigência de entrada da aquisição do veículo. Isso causa grande impacto na hora do próprio cliente decidir fechar negócio e, consequentemente, acaba refletindo no emplacamento, que acaba sempre diminuindo”, disse o gerente de vendas da Marlin Veículos, Júnior Cardoso.

Responsável por gerenciar vendas de veículos da marca francesa Renault, Cardoso afirmou que a concessionária tem obtido média de vendas entre 30 e 35 veículos ao mês. Segundo ele, diferente das marcas tradicionais no mercado roraimense, a empresa tem se destacado, em tese, pelo tempo curto de emplacamento.

“De acordo com um relatório nosso, nos últimos seis meses, a venda de veículos entre as grandes marcas não tem demonstrado bons resultados desde o mês março, o que acabou abrindo oportunidade para que as pequenas marcas registrassem crescimentos contínuos. No mês de junho, por exemplo, o destaque foi para a Renaut, pois enquanto o mercado apresentou queda de 14,75%, a marca foi a única que apresentou crescimento em vendas, com 4,5%, atingindo assim um share acumulado de 6,3%. Ou seja, 1,2 ponto percentual em comparação ao mês anterior”, destacou.

A Tropical Veículos também foi outra que registrou expressivo crescimento em vendas. No primeiro semestre desse ano, a concessionária Fiat vendeu 2.599 unidades, 111 a mais que no mesmo período do ano passado, quando registrou venda de 2.488 veículos. Para o gerente de vendas da empresa, Rafael Mota, as transições de governo de muitos estados podem também refletir nas vendas das empresas.

“Apesar de termos algumas particularidade, como a de sermos área de livre comércio e termos alguns benefícios fiscais, o nosso público aquisitivo ainda depende muito da política do contracheque. A grande maioria é funcionário público. Se o governo não vai bem, automaticamente o poder aquisitivo dessa pessoa também fica comprometido. Essa insegurança, quando há mudança de governo, acaba refletindo no consumidor”, pontuou.

NÚMEROS – De acordo com a Federação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Fenabrave), o primeiro semestre do ano fechou com 1.318.985 emplacamentos de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, cerca de 334 mil a menos que no mesmo período do ano passado.   

Em junho deste ano, mês com 21 dias úteis de venda, os licenciamentos de veículos somaram 212.535 unidades, uma retração de 19,4% na comparação com o ano passado, quando as vendas já haviam sido prejudicadas pela Copa do Mundo.

Ainda de acordo com a federação, as vendas de automóveis e comerciais leves, juntos, caíram 19,76% no primeiro semestre deste ano, com 1.269.853 unidades. Só em junho, os emplacamentos totalizaram 204.627 unidades, uma queda de 0,16% em maio e recuo de 18,35% na comparação com o mesmo período do ano passado. (M.L)