Líderes indígenas se reuniram nesta terça-feira (19), com Marcelo Queiroga, para pedir que envie um recado ao presidente Jair Bolsonaro (Progressistas) sobre os impactos da invasão garimpeira às Terras Indígenas de Roraima. Eles ainda entregaram ao ministro da Saúde convites para eventos que discutem a saúde indígena local, e cartas com reivindicações por melhorias sanitárias aos povos.
Em um discurso inflamado frente a frente com Queiroga, Aldenicia Cadete, da comunidade Serra da Lua, cobrou melhorias para o atendimento de saúde aos povos indígenas de Roraima e uma postura mais incisiva contra o garimpo ilegal.
À Folha, Aldenicia reforçou: “Nós somos contra o garimpo, porque destrói. É prejudicial não só pra nós indígenas, mas pra sociedade inteira. Beber uma água poluída. Isso não é uma saúde de qualidade”.
Membro do Movimento Indígena de Roraima, Aldenir Cadete endossou as declarações contra o garimpo, citando o posicionamento contrário ao Projeto de Lei 191/2020 (exploração de minérios em terras indígenas), que tramita no Congresso Nacional, e o Marco Temporal, a ação discutida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que estabelece que só poderão solicitar demarcações os povos que comprovarem que habitavam a área requerida no dia da promulgação da Constituição Federal.
“Foi uma reivindicação ao ministro, mas que ele leve essa voz dos povos indígenas do Estado de Roraima ao presidente Bolsonaro. De fato, a gente não concorda com a regularização do garimpo nas terras indígenas”, declarou.
Às lideranças indígenas, o ministro se limitou a dizer que as questões inerentes ao garimpo são tratadas no Congresso Nacional. “No final de tudo, nos submetemos à lei. Então, o que é lei, é lei. Não concordamos com o garimpo ilegal, práticas criminosas, as áreas indígenas são vocês que decidem como querem utilizá-las”, disse Queiroga.