A Polícia Militar de Roraima publicou no Diário Oficial do Estado, a instauração de um Conselho de Justificação para julgar de forma administrativa os militares suspeitos de envolvimento no sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos.
O Conselho vai julgar, através de processo especial, a incapacidade do oficial de permanecer na ativa, por ter sido acusado de ter procedido incorretamente no exercício do cargo ou de ter tido conduta irregular. Se forem condenados, os nove militares podem ser expulsos da corporação.
Para o julgamento foram considerados as prisões cautelares e a grande repercussão dos fatos na mídia local e nacional, e o fato de que determinadas condutas irregulares praticadas por militares violam o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar, o decoro da classe e a dignidade e a compatibilidade para com o cargo.
Todos os militares estão presos preventivamente e foram denunciados por Violação de Domicílio, Sequestro e Cárcere privado, Roubo Majorado, Dano Qualificado, Constituição de milícia privada, além de Organização Criminosa e Tortura.
O conselho tem o prazo de 30 (trinta) dias, para a conclusão dos trabalhos que devem ser mantidos em sigilo, sob pena de responsabilização, pois tanto a investigação policial quanto o processo judicial, encontram-se em sigilo judicial.
Denúncia envolve sequestro e tortura de jornalista
A Operação Politzer, desencadeada no dia 16 de setembro de 2021, pela Polícia Civil de Roraima (PCRR) e Ministério Público Estadual (MPE/RR), prendeu os coronéis militares M.G, N.F.J, além do tenente coronel P.C, do Major V.A, e dos Sargentos C.R, N.C, B.I, G.T e o soldado T.C.
Eles são suspeitos de terem participado direta ou indiretamente, no dia no dia 26 de outubro de 2020, de ação criminosa contra o jornalista Romano dos Anjos e sua esposa Nattacha Vasconcelos, que foram abordados por três pessoas armadas em sua residência.
Os suspeitos teriam sequestraram e espancado Romano além de levaram o carro das vítimas até as margens da BR 174 e nele atearam fogo.
Também são acusados pela polícia civil de ter intimidado vítimas e testemunhas do fato, e ainda participarem de empresa de segurança privada irregular.