Na última sexta-feira o dólar teve a maior alta desde março de 2020, quando a pandemia estourou no Mundo inteiro, subindo 4%.
O grande motivador foi o discurso do presidente do banco central americano Jerome Powell na quinta-feira (21), feriado no Brasil, que demonstrou uma preocupação ainda maior com inflação desgovernada nos Estados Unidos, podendo aumentar a taxa de juros na próxima reunião do FED (Federal Reserve) em 0,50%.
A ultima reunião para decisão da taxa de juros americana teve o primeiro aumento em mais de um ano de 0,25%, quantidade padrão para alterações. Ou seja, na próxima Powell sinalizou o interesse em dobrar o ritmo de aumentos por conta da alta inflação. Alguns investidores já falam em um possível aumento de 0,75%.
E para reforçar o pessimismo instalado no mundo inteiro, a presidente do banco central europeu Christine Lagarde também falou em aumentos da taxa de juros por conta de problemas com inflação, intensificada ainda mais por conta dos conflitos entre Rússia e Ucrânia.
Existem dois pontos cruciais para o entendimento de como isso impacta a nossa economia, o primeiro é sobre como a inflação é vista para o crescimento mundial. Quando o mundo inteiro teme um aumento desenfreado da inflação, significa que as moedas das maiores economias estão perdendo valor e as coisas estão ficando mais caras, consequentemente desacelerando o consumo.
Os grandes lideres mundiais já falam em uma recessão até 2023 onde teremos empresas vendendo cada vez menos e uma desaceleração forte por conta da inflação e dos juros que devem aumentar para conter esse efeito.
O segundo ponto que faz o Brasil sofrer com esses aumentos de juros pelo mundo é o efeito chamando de “flight to quality” ou traduzido para o português “fuga para a qualidade” onde o investidor prefere investir em títulos das maiores economias do mundo, ou seja, mais seguras do mundo, buscando rendimentos fixos ainda maiores, a investir no Brasil que por mais que tenha ainda uma taxa superior, é considerado um país emergente com rating de segurança BA2.
Esse efeito gera uma saída de capital estrangeiro do Brasil, reduzindo a quantidade de dólares circulando no mercado financeiro e consequentemente, fazendo com que ele aumente de valor.