A roraimense Evyllen Karla, de 25 anos, se tornou a primeira mulher a conquistar espaço no ramo da Estética Automotiva em Boa Vista. Curiosa sobre a profissão do namorado, ela decidiu se especializar através de cursos e atendimentos em domicílios, a partir de 2020.
A jovem conheceu através de uma rede social, o amazonense Jefferson Antônio, que trabalhava com funilaria em meio período. Apesar de não ter nenhum conhecimento sobre veículos, a curiosidade foi despertada e ela passou a questionar como funcionava o serviço.
A partir de então, enfrentando dificuldades financeiras, o casal iniciou trabalhando em domicilio, e levando os equipamentos de trabalho na mesma moto que os transportava, nas costas e pernas, sob sol e chuva.
Após um encontro com o amigo de infância de Jefferson, os sonhos e projetos foram compartilhados com alguém que se solidarizou com a causa e investiu no projeto, Cayo Cesar.
“Eu acreditei não só no serviço deles, mas na capacidade de superar as dificuldades. Eu vi na Evyllen uma pessoa muito forte, entrando num ramo de trabalho que é exclusivamente masculino, vi nela a força dela que pode mudar esse cenário do ramo automotivo”, disse.
Com o desejo de inovar na criação de uma empresa, a jovem se dedicou para que ela também, como mulher, prestasse o serviço manual na manutenção dos veículos, “Nosso diferencial” relatou.
“Precisei aprender gestão, marketing e operacional. Fui criando gosto pela coisa e quando vi, eu já tinha entrado de cabeça. Comecei fazer curso, passei a me empenhar cada vez mais e eu percebi que eu não queria ser apenas um padrão na estética”, disse Evyllen.
Então em fevereiro de 2020, eles começaram a Empresa Automotiva, atualmente localizada no bairro Silvio Botelho, zona Oeste de Boa Vista. O local oferece serviços de polimentos, lavagens, vitrificações e higienizações com uma equipe de três homens e uma mulher.
“Hoje creio eu que eu sou a única mulher que executa o serviço no nosso estado. Então, eu tenho muito orgulho de dizer isso, porque a nossa trajetória foi difícil, tivemos muitos altos e baixos”, completou.
Evyllen ressaltou que o preconceito por se tratar de uma mulher na atuação, ainda existe. Segundo ela, muitas pessoas se surpreendem quando a veem, e alguns já chegaram a desistir do serviço.
“A mulher ainda está lutando pelo lugar dela. Sempre tem aquele receio e eu faço questão de fazer o serviço para mostrar que a mulher é sim capacitada e ela consegue se fazer o que ela quiser”, finalizou.