Polícia

Ação de combate a ligações clandestinas gera protestos no Murilo Teixeira

Roraima Energia disse que vem buscando resolver a questão desde 2016, junto à associação responsável pelo loteamento e regularização do fornecimento de energia elétrica na localidade

A Roraima Energia realizou nesta terça-feira (3), com o apoio das Polícias Civil e Militar, uma ação para combater ligações clandestinas em um loteamento do bairro Murilo Teixeira, na zona Oeste de Boa Vista. A distribuidora desligou aproximadamente 120 ligações irregulares, e recolheu cerca de seis mil metros de cabo elétrico (550 quilos) e um transformador monofásico de 10 quilovoltampere.

Os materiais foram entregues à Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública, da Polícia Civil. Segundo a empresa, a ação foi feita para que não houvesse reincidência.

A operação culminou em protestos por parte dos moradores, que bloquearam o sentido da Avenida Padre Anchieta, com a queima de pneus. O Corpo de Bombeiros Militar foi chamado para apagar as chamas.

“Levaram a fiação toda, de onde eu moro, o transformador do poste de onde sai a minha energia, Quero que traga de volta”, esbravejou um morador.

O morador Gilson Celino de Sousa, 45, disse que mais de 250 famílias vivem na região e tentam regularizar a situação do loteamento da Agência de Desenvolvimento Econômico Sustentável). Ele culpa a agência, que também é responsável pela regularização do fornecimento de energia elétrica, pela situação.

“A Adessco, responsável pelo loteamento, vendeu os lotes com uma área totalmente irregular. E hoje estamos aqui, morando com o risco de todos os dias ficarmos sem energia”, explicou.

Até a publicação da reportagem a Folha não conseguiu contato com a agência. O espaço fica aberto para o posicionamento.

Por sua vez, a Roraima Energia explicou, em nota, que vem buscando resolver a questão desde 2016, junto à Adessco. “Conforme legislação vigente, quando se trata de loteamento particular, é dever do empreendedor a implantação de toda a infraestrutura, inclusive a construção da rede elétrica, porém até o momento a ADESCO não realizou”, disse.


Equipes da Roraima Energia participaram da ação, com o apoio das Polícias Civil e Militar (Foto: Divulgação)

“Aproveitamos para alertar a população em geral, a não realizar ligações clandestinas, além dos riscos de acidente fatal que este ato oferece, também existem consequências jurídicas para as pessoas que furtam energia. De acordo com o artigo 155 do Código Penal, as ligações clandestinas são consideradas furto, com pena de até cinco anos de reclusão e multa. Já a adulteração do medidor é estelionato, crime previsto também no código, no artigo 171”, completou a Roraima Energia.