Mais de 500 quilos de cabos de energia foram apreendidos durante uma operação realizada nesta terça-feira, 3, em um Loteamento irregular, instalado próximo ao bairro Murilo Teixeira Cidade, na zona Oeste da Capital.
A operação foi realizada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Administração Pública (DRCAP), contou com o apoio do Instituto de Criminalística Dimas Almeida (ICDA), da Polícia Militar (PMRR) e da Roraima Energia.
De acordo com informações prestadas pela delegada titular da DRCAP, Magnólia Soares, que coordenou a operação, o loteamento foi criado de forma irregular pela Adessco (Agência de Desenvolvimento Econômico Sustentável Social Comunitário). No local vivem cerca de 100 famílias, prejudicadas pela instalação da área de forma irregular.
“A área não está regularizada e, por isso, o fornecimento de energia não é disponibilizado no local pela empresa Roraima Energia. Para ter acesso ao serviço de energia elétrica, os moradores acabam realizando os furtos, por meio de ligações clandestinas”, disse a delegada.
Ainda segundo a delegada, por se tratar de uma área irregular, foi necessário o apoio das forças de segurança para que a empresa pudesse retirar todos os cabos utilizados para o desvio de energia.
Magnólia ressaltou que a Adessco, responsável por comercializar de forma irregular os terrenos na área onde ocorreu a Operação, já é investigada por parcelamento irregular de solo e agora será responsabilizada também pelas ligações clandestinas.
A delegada destacou ainda que a operação resultou na localização de um transformador, instalado no local de forma irregular, além de 550 quilos de cabos apreendidos.
“Vamos investigar quem instalou esse transformador, e a origem dele, sem descartar a possibilidade de que tenha sido furtado ou roubado”, esclareceu Magnólia.
Ainda segundo a delegada, essas operações servem para alertar as pessoas para que não comprem imóveis em loteamentos irregulares.
“Muitas pessoas poderão ser prejudicadas com a falta de infraestrutura básica, como a falta de energia, quando compram imóveis irregulares. Além disso, muitas pessoas desconhecem as legislações que que prevêem que a venda de terrenos só pode ocorrer em áreas que atendam as todas as exigências previstas, como saneamento básico, água é energia”, destacou a delegada.
Duas pessoas, segundo a delegada, foram presos em flagrante por crime de desacato. São eles J. O. A., De 40 anos e S. K. S. C., de 30 anos.
“Nosso objetivo é ouvir os moradores e os representantes da ADESSCO, pois todos acabam tendo envolvimento no furto, mas a Associação é a principal responsável pelo crime, uma vez que ela, por vender os lotes, deveria oferecer a infraestrutura para os compradores dos terrenos e imóveis no loteamento”, esclareceu Magnólia.
A delegada disse que os trabalhos de investigação continuam após a operação, os moradores do local serão intimados a comparecer até a DRCAP, e os representantes da Adessco, também serão intimados.
“Esse é um trabalho inicial, mas vale ressaltar que o cidadão que compra um terreno e não tem conhecimento da legalidade da área e faz uma ligação de energia clandestina, por exemplo, está cometendo um crime e será penalizado conforme previsto na lei. Assim como as empresas que comercializam essas áreas irregulares também podem responder criminalmente pela ação”, concluiu a delegada.