Entretenimento

Dia do datilógrafo: As lembranças de quem usou a máquina de datilografia

Era função da datilografia escrever cartas, petições, reportagens e relatórios

Hoje em dia, a máquina de datilografar se transformou em uma relíquia e soa estranho para os mais novos, mas o datilógrafo, cuja data se comemora neste 24 de maio, foi um dos profissionais mais importantes dos escritórios, redações jornalísticas e empresa no mundo até meados da década de 1980.
Era função da datilografia escrever cartas, petições, reportagens e relatórios. Ou seja, escrever com os dedos, assim como fazem atualmente os chamados digitadores e os mais modernos ‘copywriters’.

O aposentado Romildo Carvalho teve como profissão ser datilógrafo.  Ainda na adolescência, incentivado pelos pais fez o curso de datilografia profissionalizante. “Era uma exigência do mercado de trabalho ter a habilidade para usar a máquina, e eu fiz o curso, algo que até hoje me serve. Eu fiz o curso naquela época, e aprendi a datilografar utilizando todos os dedos, um método exigido, hoje, mudei para o uso do notebook, mas a técnica é a mesma.” relembra.

Ele observa que atualmente, as pessoas que utilizam o computador nem sempre fazem o uso de todos os dedos nas teclas. “Eu fiz esse curso aos 18 anos, meus pais logo me colocaram para estudar, com o certificado do curso consegui um emprego. Hoje é comum ver pessoas sem essa habilidade de usar todos os dedos, inclusive ao polegar,  ao digitar elas usam até três dedos ou menos, o que não era bem visto pelo empregador na época. Eram máquinas pesadas, e existiam muitas oficinas de mecalografia que consertavam essas máquinas que eram usadas em escolas, órgãos do estado, secretarias entre outros ” disse.


Romildo Carvalho observa que atualmente, as pessoas que utilizam o computador nem sempre fazem o uso de todos os dedos nas teclas. (Foto: Divulgação)

A jornalista Vânia Coelho também precisou fazer um curso de datilografia. Ela lembra, que não tinha a máquina em casa e não tinha como treinar. “Eu não tinha máquina em casa, e às vezes precisava estudar  e fazer os trabalhos escolares e emprestava na casa de uma amiga. Lembro dos cursos com bastante alunos, eu fiz o meu curso no Espaço União Operária que hoje é um espaço Cultural” relembra.

Já o jornalista Carvílio Pires relembra da fase da máquina de datilografar dentro da redação jornalística. “A máquina foi uma ferramenta muito importante no processo da escrita. Primeiro por tornar compreensíveis as expressões escritas, tendo em vista que nem todos tinham uma caligrafia razoável” conta.
Ele diz que para o jornalismo, além de precisar fazer o uso da máquina de datilografar era necessário calcular o espaço utilizado para cada texto. “O tipo da máquina de escrever tornou a tarefa menos espinhosa. É que o “redator” sabia, de forma bem aproximada, quantas letras tinha por linha e quantas linhas precisaria escrever para preencher o espaço que havia no espelho (desenho da página)” relembrou.

Atualmente, a máquina de escrever caiu totalmente em desuso, aliás não existe mais nenhuma empresa que fabrique máquina de escrever mecânica no mundo.  Mas as máquinas de escrever continuam sendo as relíquias dos escritores, colecionadores e dos poetas.
A última fábrica que produzia máquinas de escrever não elétricas, a Godrej and Boyce em Bombaim, Índia, encerrou sua produção em 2011, depois de ter vendido menos de 1 mil exemplares no ano anterior.
 
História
 
O ato de datilografar, ou seja, escrever com os dedos, apenas apareceu com o surgimento das máquinas mecânicas de escrever. Seu princípio de funcionamento é muito simples: As letras são colocadas em teclas que ao serem acionadas impressionam o papel com tinta. 
Esse sistema de se escrever mecanicamente, inspirado nas máquinas tipográficas da imprensa, foi patenteado pela primeira vez em 1714.
Em 1869, a fábrica de armas “Remington and Sons” começou a produzir máquinas de escrever que rapidamente invadiram os escritórios.

Por Raísa Carvalho