Cotidiano

Vítimas de hepatites ganham novo espaço

Mais de cem pessoas fazem tratamento contra as hepatites virais, consideradas doenças silenciosas

Marcando as comemorações do Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, a Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) realizou, na manhã de ontem, a inauguração do espaço de Atendimento Multidisciplinar aos Portadores de Hepatite Viral Crônica.

Segundo a coordenadora-geral de Vigilância em Saúde, Daniele Sousa, as atividades serão realizadas no Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que funciona dentro das dependências do Hospital Coronel Mota, no Centro. O objetivo é centralizar todo o atendimento ao paciente em um único espaço, permitindo, assim, o monitoramento da doença no Estado.

“Antigamente, o paciente de hepatite viral ficava solto na rede estadual de saúde, não tendo um ambiente especifico para realizar todo o tratamento e acompanhamento da doença. Vendo essa questão com bastante preocupação, a CGVS, junto com o pessoal de Hepatites Virais do Estado, decidiu treinar toda a equipe do SAE justamente para tornar esse serviço mais completo. Com isso, nós vamos reforçar ainda mais a divulgação desse serviço para a população”, disse.

Consideradas como doenças silenciosas, as hepatites virais sempre motivaram a mobilização pública acerca da importância da prevenção. De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 1,6% da população brasileira tenha algum tipo da doença. Atualmente, segundo a coordenadora, 108 pacientes fazem tratamento no SAE, além de 52 diagnósticos positivos.

“Tanto a área indígena quanto os municípios do interior farão encaminhamentos para o SAE. Existem vagas reservadas para atender essa demanda, sendo este um atendimento diferenciado. Desta maneira, nós saberemos se esse paciente está buscando conosco os medicamentos, as consultas periódicas e se ele está fazendo acompanhamento com psicólogos e demais membros da equipe. Se por acaso houver alguma evasão, nós vamos fazer uma busca ativa desse paciente para que ele se mantenha até o final do tratamento. Então, essa é a finalidade do serviço especializado, porque a gente entende que é um serviço de longo prazo que, por vários motivos, pode acontecer de o paciente desistir do tratamento. Então o Estado buscou uma forma de centralizar esses pacientes e de monitorar esse tratamento”, pontuou.

Paralelo à inauguração do espaço, haverá ainda o lançamento de campanhas de vacinação no Estado. O foco principal continua sendo os tipos A e B. “O Ministério da Saúde envia as vacinas para Roraima e o Estado as repassa para os municípios, que, por sua vez, são livres para gerenciar suas campanhas. Paralelo a esse repasse, o ministério está fazendo um novo protocolo de combate às hepatites. Antes, os pacientes que também tinham HIV não conseguiam tomar certos medicamentos porque eles interagiam negativamente, mas, agora, com esse novo protocolo, será possível desenvolver trabalhos com o objetivo de atingir um maior número de imunizados”, frisou Daniela Sousa. (M.L)