Cotidiano

Trabalhadores rurais denunciam conflito agrário na Vicinal do Bom Intento

Os agricultores estiveram se manifestando em frente a 2ª Vara da Fazenda Pública de Roraima, para questionar a justiça sobre um mandado de reintegração de posse de uma área de 184 hectares que fica na região

Na manhã desta quarta-feira, 29, produtores rurais da Vicinal Bom Intento, km 22 na gleba Murupú, no município de Boa Vista, estiveram se manifestando em frente à 2ª Vara da Fazenda Pública de Roraima, para questionar a justiça sobre um mandado de reintegração de posse de uma área de 184 hectares que fica na região.

Segundo o Líder do Movimento, Cícero de Souza, em março de 2015, 36 famílias de agricultores ocuparam a terra. “Após a ocupação, um empresário alegou ser proprietário da área invadida, mesmo sem nenhuma liminar da justiça e sem qualquer documento que comprovasse ser o dono da terra, ele e outras pessoas derrubaram todas as casas e benfeitorias, mesmo assim permanecemos na terra”, falou.

Em seguida, no dia 22 junho, os ocupantes da terra receberam uma intimação de audiência de justificação prévia, da Segunda Vara Cível de competência residual de reintegração e manutenção de posse em nome de Marcela Pereira de Arruda, filha do empresário, que apresentou junto ao processo uma certidão de posse de 2012 do Incra.

“Conforme os autos do processo a garota nasceu em 1991, ou seja, em 2006 no mês da emissão do documento a jovem teria apenas 14 anos, o que impossibilita o seu acesso a um lote da reforma agrária, além do agravante de que a mesma não era agricultora e nem filha de agricultor”, afirmou Cícero.

Para Souza, o poder judiciário julgou o processo fundamentado apenas em uma folha de certidão sem solicitar do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a conferência de veracidade do documento. “Então estamos aqui para lutar por um pedaço de terra, essas 36 famílias produzem para sobreviver e ter uma vida digna, porque lá nós estamos trabalhando a função social da terra. Porque  entendemos que é por meio da agricultura familiar que o povo do campo tem melhorias na sua condição de vida. Não queremos nada do governo, apenas a terra para produzir”, ressaltou.

 
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