Política

Ângela diz que banheiras de motel foram instaladas no Centro de Parto

Com o erro, Governo do Estado terá de quebrar e jogar fora todas as banheiras que não são adequadas para o parto

A inauguração do Centro de Parto Normal (CPN), na maternidade pública, que deveria ter ocorrido em 14 de abril, atrasará ainda mais. Uma vistoria nas obras, feita pela Vigilância Sanitária, Conselho de Saúde e representantes do Ministério da Saúde, constatou que no lugar de banheiras próprias para o parto na água, previstas no projeto original, foram instaladas banheiras comuns de hidromassagem. A afirmação é da senadora Ângela Portela (PT), candidata ao Governo de Roraima.
Agora o Governo do Estado terá de quebrar e jogar fora todos os equipamentos. O Centro está sendo construído em um prédio anexo do Hospital Materno Infantil Nossa de Nazareth, na antiga Ala das Orquídeas. O investimento do Governo Federal foi de aproximadamente R$ 500 mil, mas a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) ainda não informou quanto terá de gastar a mais para consertar a falha de execução e nem quanto tempo levará para isso, conforme a senadora. Sem a readequação das banheiras, a nova previsão de entrega era para 15 de agosto.
A diretora da Rede Cegonha em Roraima, Benta Lopes, disse que “do jeito como foram feitas, oferecem riscos às mães e à equipe médica”. “Nenhum parto é feito em banheiras de motel. Esse grande erro atrasa a entrega do Centro mais uma vez, além de desperdiçar dinheiro público”, afirmou.
Segundo ela, a empresa contratada para a execução das obras afirmou que instalou banheiras de uso doméstico porque não encontrou um fornecedor de banheiras apropriadas. Então, para atender o cronograma original, iria fazer adequações nos equipamentos. “Mas, nesse caso, não dá para remendar, vai ter que fazer tudo de novo. As banheiras que compraram não têm nem o formato adequado. São de casal. Os técnicos do Ministério da Saúde já disponibilizaram uma lista de fornecedores que fazem a entrega do equipamento adequado no Estado”, disse Benta Lopes.
Pago e projetado pelo programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, o CPN terá como objetivo incentivar o parto humanizado, reduzindo as taxas de cesarianas, mortes maternas e complicações do bebê, além de desafogar os hospitais. A mulher terá a opção de parto na água, em banheiras apropriadas. “A marca do governo Chico Rodrigues é a incompetência e o desperdício de dinheiro público. A Maternidade está abandonada, com falta de equipamentos e de profissionais, e ninguém sabe quando eles vão entregar o Centro de Parto Normal ou a Casa da Gestante”, protestou Ângela Portela.
REDE CEGONHA – Desde que a Rede Cegonha chegou a Roraima, em 2011, foram R$ 9 milhões colocados à disposição do governo para que fossem utilizados na saúde de gestantes, mães e bebês. Dois terços dessa verba já foram depositados e aplicados, mas R$ 3 milhões ficaram parados porque o Estado não fez sua parte para participar do programa.
“Alguns recursos liberados pelo Ministério da Saúde para Roraima têm voltado para as contas do Governo Federal porque o Governo do Estado não apresenta projetos para sua aplicação. Ter recurso disponível dessa maneira é um privilégio, mas que não tem sido aproveitado. E não porque não precisam. Há muito que fazer pela saúde roraimense”, explicou Benta Lopes.

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