Em três anos, a cobertura de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (Tríplice Viral D1) caiu, no Brasil, de 93,1% em 2019 para 71,49%, em 2021. Além da tríplice viral, a cobertura da vacinação contra poliomielite caiu de 84,2%, em 2019, para 67,7% no ano passado. O levantamento foi feito pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), com base nos dados disponibilizados pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde.
Para o professor de Enfermagem da Estácio, Rodrigo Danin, essa baixa cobertura vacinal deixa as crianças expostas a doenças graves, como o sarampo e meningites, que podem ser evitadas por vacinas. “Em 2018, o sarampo entrou novamente no Brasil, inclusive, através do estado de Roraima, por conta da migração dos venezuelanos. Nossa cobertura vacinal estava baixa e isso fez com que o sarampo, que é uma doença totalmente imunoprevenível, voltasse a se estabelecer em nosso país”, lembrou.
Ele ressaltou ainda que essa baixa cobertura levou a óbitos em Roraima e, consequentemente, no restante do Brasil. Segundo o professor, é necessário uma nova campanha de sensibilização da população para a vacinação em massa, além do apoio da escola, da imprensa e demais entidades públicas para se envolver no processo de reforçar a prevenção e o controle dessas doenças.
“Precisamos fazer uma prevenção efetiva. E para isso é necessário um trabalho educacional, voltado à cultura comportamental. Infelizmente, hoje, o país e o mundo ainda vivem uma questão pandêmica, e os olhos do mundo estão voltados para os casos da Covid-19, que também já é uma doença prevenível por vacina”, comemora.
O professor explica que por ser uma doença transmissível, a Covid-19 apresenta fases de pico e momentos em que os casos vão ficar nivelados por baixo. E completa: “Uma doença que é transmissível por gotículas, no período sazonal, onde as crianças e os adultos ficam mais gripados, a gente tem o boom de casos novamente por conta da transmissibilidade”.
Mas a história do Programa Nacional de Imunizações já comprovou que doenças transmissíveis, como o sarampo, conseguiram ser controladas com vacina, além das demais como a febre amarela, a tuberculose, hepatite B e a hepatite A e HPV. “São várias vacinas que estão disponibilizadas no calendário nacional de imunização para toda a população brasileira, inclusive, nos lugares mais longínquos, segundo o próprio PNI”, ressalta.
O professor da Estácio reforça que a cobertura vacinal contribui para diminuir as internações nas unidades de saúde por conta de doenças imunopreveníveis, que são preveníveis por vacina, consequentemente, deixando o atendimento para as patologias que não podem ser prevenidas com vacina.
Por fim, Danin explica que o esquema vacinal não se perde e que não é necessário reiniciar o esquema, desde que haja comprovação. “Ou seja, se você tomou duas doses e a terceira dose – num caso no esquema de três doses, está atrasada – é só você levar seu cartãozinho da unidade de saúde e continuar a vacinação”, observa.
Com informações da Estácio