O médico infectologista Joel Gonzaga comentou, nesse domingo (10), durante o programa Agenda da Semana, da Folha FM, sobre a nova onda de contaminações pela Covid-19 em Roraima e criticou a adoção de medidas extremas durante a pandemia.
Sobre a nova onda, Gonzaga explicou que a junção das variantes Delta e Ômicron, que formam a variação Deltacron, está por trás do novo aumento de casos no Estado. Mas ele tranquiliza, baseado em estudos franceses, que a cepa é “menos agressiva, porque nessa nova conformação, o vírus herdou o corpo da Delta, mas a espícula da Ômicron, mais leve”.
Conforme o infectologista, o grande complicador que culmina na morte pela Covid-19 é o aspecto emocional. “[Isso] já foi provado, porque você tem que ter controle sobre a doença”, pontuou.
Tratamento contra a Covid-19
Contrariando a notícia espalhada na mídia brasileira de que medicamentos como ivermectina e azitromicina, usados no tratamento precoce contra a Covid-19 e considerados ineficazes contra a doença, Joel Gonzaga explicou que, na história, sempre houve o uso de medicações para tratar de novas patologias. “Infelizmente, por causa da ideologia, a gente foi tolhido pela questão”, disse.
“O que mais mata não é a ação direta do vírus, é a reação inflamatória. Então, a gente tem muita coisa pra descobrir ainda, mas o mais importante é isso: qualquer doença viral que afeta doenças respiratórias, a gente tem que começar a tratar rapidamente”, pontuou, ressaltando a importância do acompanhamento médico.
Críticas a medidas extremas
Joel Gonzaga criticou a adoção de medidas extremas para evitar a propagação do vírus no Brasil, feita por prefeituras e governos pelo País, o que no início da pandemia foi combatido pelo governo federal, cujas decisões em meio à crise sanitária chegaram a ser restringidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o especialista, o lockdown é um exemplo de decisão ineficaz.
Para Gonzaga, os gestores brasileiros deveriam ter adotado o isolamento vertical, ou seja, a proteção de pessoas com comorbidades. Além disso, o médico criticou o uso de álcool gel, sobre o qual chamou de “piada”. “Essa loucura, que se tornou até um TOC [Transtorno Obsessivo Compulsivo], piora, porque se não for álcool adequado, vai causar uma dermatite”, alertou.
Por outro lado, ele defende o uso de máscaras em ambientes fechados e alertou que a vacina “é um mal necessário”, embora afirme não ser contra o imunizante. “A vacina é: você inserir, no caso da Covid, uma partícula do vírus. Causa uma reação inflamatória tremenda no ser humano. Tratei muitos idosos com reação da vacina”, relatou.
O especialista lamentou a guerra ideológica travada na pandemia e defendeu a melhoria da gestão dos recursos públicos para a área de Saúde. Ele apoia, ainda, que o Congresso Nacional elabore uma lei que obrigue a educação médica contínua para profissionais da área.
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