O salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas em junho deveria equivaler a R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o piso atual, de R$ 1.212,00. O dado faz parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (6) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em junho de 2022, 59,68% do rendimento para adquirir os produtos da cesta. Esse índice é um pouco maior que o de maio, que foi de 59,39%. Em junho de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 54,79%.
O cálculo é feito com base na cesta básica mais cara, que é de São Paulo, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em maio, o valor necessário era de R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o piso mínimo. Em junho de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.
O custo da cesta básica de alimentos aumentou em junho em 9 das 17 capitais em que o Dieese realiza a pesquisa. São Paulo foi a capital onde a cesta básica teve o maior custo (R$ 777,01), seguida por Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 549,91), Salvador (R$ 580,82) e João Pessoa (R$ 586,73).
Entre maio e junho, as maiores altas ocorreram no Nordeste, nas cidades de Fortaleza (4,54%), Natal (4,33%) e João Pessoa (3,36%). Oito cidades apresentaram reduções, sendo que as mais expressivas foram registradas no Sul: Porto Alegre (-1,90%), Curitiba (-1,74%) e Florianópolis (-1,51%).
Na comparação com junho do ano passado, todas as capitais pesquisadas tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, no Recife.
Produtos
De acordo com a pesquisa, entre os produtos cujo preço aumentou em todas as capitais aparece o leite integral – as maiores altas foram registradas em Belo Horizonte (23,09%), Porto Alegre (14,67%), Campo Grande (12,95%) e Rio de Janeiro (11,09%). No caso da manteiga, as maiores elevações ocorreram em Campo Grande (5,69%), Belém (5,38%) e Recife (3,23%).
Em 15 das 17 capitais, o preço do quilo do pão francês subiu – os maiores percentuais foram registrados em Belém (10,29%), Salvador (3,36%) e Natal (3,21%). O preço da farinha de trigo, que é coletada no Centro-Sul, teve seu preço elevado em todas as capitais, com destaque para Brasília (6,64%) e Vitória (5,49%).
O quilo do feijão-carioquinha subiu em todas as cidades onde é pesquisado e teve variação entre 3,67%, em Belém, e 13,74%, no Recife. O preço do quilo do café em pó cresceu em 13 capitais – as principais altas foram registradas em São Paulo (4,43%), Belém (3,31%) e Recife (3,31%).
No sentido contrário aparece a batata, que apresentou queda de preço em todas as cidades. As reduções mais expressivas foram registradas em Campo Grande (-19,60%), Florianópolis (-16,31%) e Belo Horizonte (-14,72%).
Fonte: R7