Cotidiano

Furto de sinal de TV por assinatura cresce 8,6%

O país já tem 4,5 milhões de usuários clandestinos. O mercado ilegal avançou mais do que a base oficial de assinantes de TV paga no Brasil

A base de assinantes de TV paga no Brasil passou de 18,5 milhões em maio de 2014 para 19,7 milhões em maio de 2015, um crescimento de 6,1%, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Mas uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (4) pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) revela que o número de lares com acesso a esses serviços já chega a 24,2 milhões.

Portanto, o país já tem 4,5 milhões de usuários clandestinos, um mercado que cresceu 8,6% entre maio de 2014 e maio de 2015.

O estudo, realizado pela consultoria H2R, foi apresentada no primeiro dia da Feira e Congresso ABTA 2015, que acontece até a próxima quinta-feira em São Paulo.

Este é o segundo estudo sobre furto de sinal a pedido da ABTA. No ano passado, o levantamento em 16 regiões do Brasil mostrou que o país contava com 4,2 milhões de lares captando sinais clandestinamente, o que equivalia a 18% do total de assinantes.

Neste ano, os ilegais representam 18,8% da base de lares conectados à TV paga.

Ao longo de 2014, foram tomadas medidas multilaterais para combater a venda de decodificadores ilegais em diversas regiões do país, em ações conjuntas da

Polícia Civil, Polícia Rodoviária, Polícia Federal e Ministério Público. Também foram localizadas e desativadas centrais clandestinas de furto e distribuição de sinais de satélite.

Mas a expansão do mercado clandestino mostra que é necessário um envolvimento ainda maior do Estado no cerco à ilegalidade.

Esse foi um dos temas destacados pelo presidente da ABTA, Oscar Simões, na abertura do evento. Segundo um levantamento do setor, o Estado deixa de arrecadar cerca de R$ 1 bilhão em evasão de tributos com o furto de sinais de TV paga.

Na mesma solenidade, o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Luiz Azevedo, anunciou que o governo deve reunir representantes das empresas e de órgãos públicos para discutir e implantar ações de combate à atividade clandestina nesta atividade.

“O furto de sinal de TV por assinatura deixou de ser uma preocupação exclusiva deste setor e passou a ser um tema de Estado. O desvio de conduta e a evasão de receitas e tributos exigem uma organização de todas as frentes públicas e privadas”, afirmou Antônio Salles Neto, diretor do Sindicato das Empresas de TV por Assinatura (SETA) e coordenador do Núcleo Anti-Fraude de TV por Assinatura da ABTA.