CYNEIDA CORREIA Editoria de Cidade
A informação do desabastecimento de combustível e de alimentos em Santa Elena, na Venezuela, na fronteira com Pacaraima, Norte do Estado, preocupou os roraimenses que costumam visitar a fronteira nos finais de semana. Caminhões com gasolina e alimentos haviam sido impedidos de passar pela estrada por conta de uma manifestação de pessoas que fecharam, desde segunda-feira, um pedágio ligando Ciudad Guayana com o resto da Venezuela.
Durante o manifesto, foram apreendias cerca de 50 carretas pertencentes à rede de alimentos Bolívar, carregadas com alimentos e combustível que viriam para Santa Elena do Uiarén, fronteira com Roraima. Os trabalhadores terceirizados pertencentes à corrente sindical União Alliance liberaram hoje o principal acesso à cidade e às pontes que ligam San Felix e Puerto Ordaz, que também sofria desabastecimento.
O dono de uma pousada em Santa Elena avisou aos clientes brasileiros, pelas redes sociais, para não irem ao país vizinho. “Estamos desabastecidos! Não há alimento nem gasolina. Esperem a situação melhorar!”, disse o proprietário que não quis ser identificado pela Folha com medo de represálias.
Muitos roraimenses, principalmente os moradores de Pacaraima, revendem os produtos comprados em Santa Elena de Uairén. “Não havia como comprar. Os supermercados estavam desabastecimentos ou com preços muito caros”, disse o comerciante João Mário.
O vice-cônsul da Venezuela em Roraima, José Martins, explicou que a situação já se regularizou e ontem um caminhão de combustível abasteceu o posto que fornece gasolina a brasileiros. “A manifestação acabou. Tudo será normalizado”, explicou.
PROTESTO – O fechamento das estradas é uma prática antiga dos trabalhadores venezuelanos em busca de atendimento às suas reivindicações por melhores condições de trabalho e por um acordo coletivo justo com o governo, que nacionalizou a fábrica Ternium Sidor.
A luta dos trabalhadores de Sidor vinha sendo o centro de um conjunto de conflitos operários na Venezuela. Eles somam mais de 55 mil trabalhadores e trabalhadoras que realizam greves, protestos e outros tipos de manifestações operárias do setor industrial. Eles exigem, de maneira imediata, que se aprove o contrato coletivo, assumindo suas exigências salariais e socioeconômicas, assim como a incorporação imediata de todos os trabalhadores terceirizados no quadro permanente.
Cotidiano
Abastecimento será regularizado até amanhã
Protesto que impedia abastecimento de alimentos e combustível na fronteira com o Brasil já foi encerrado