O IBGE firmou acordos de cooperação técnica com a Organização Internacional para Migrações (OIM) e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) para o recenseamento de refugiados e migrantes. As parcerias foram firmadas na sede do instituto, no Rio de Janeiro.
Estavam presentes o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, o representante interino do Acnur no Brasil, Federico Martinez, e a assessora especial do chefe da OIM no país, Socorro Tabosa. O principal ponto de atuação das operações será Roraima.
“Os dois acordos são fundamentais para a cobertura da migração internacional, particularmente, dos venezuelanos, embora também dos bolivianos e outros segmentos de refugiados tanto da América Latina quanto fora, como do Afeganistão e da Ucrânia. Vamos captar tudo”, afirma Rios Neto.
O presidente do IBGE acrescentou que as duas agências da Organização das Nações Unidas (ONU) possuem informações que vão ajudar a instituição a identificar potenciais setores censitários onde os estrangeiros poderão ser localizados.
Para o gerente de Relações Internacionais do IBGE, Roberto Sant’Anna, “é importante para o país conhecer essa população de migrantes e refugiados, e conseguir identificar onde estão e como vivem. Assim, conseguiremos definir políticas voltadas para receber essas pessoas e dar uma melhor condição de vida a elas, que escolheram o Brasil como sua nova pátria”.
A parceria entre o IBGE e o Acnur visa facilitar as discussões relacionadas às etapas de análise dos resultados da operação censitária e de planejamento e observação das pesquisas domiciliares amostrais do IBGE. O foco será a coleta do Censo a ser realizada em Roraima, especialmente em Boa Vista e Pacaraima – Município que é a principal porta de entrada de migrantes venezuelanos – e em outros estados.
O acordo de cooperação técnica prevê ações que envolvem a atuação das instituições na divulgação do Censo 2022 e na sensibilização das equipes de locais de trabalho, assim como dos refugiados e migrantes venezuelanos sobre a importância de participar da operação censitária.
A parceria também promete auxiliar na disponibilização de recursos humanos com experiência no trabalho com refugiados e imigrantes bem como facilitar o acesso aos abrigos com todo apoio logístico de transporte, além do compartilhamento mensal das informações cadastrais dos integrantes dos locais e dados georreferenciados sobre a localização deles.
“Saber quantos são, onde moram e como eles vivem é essencial para operacionalizar o princípio de não deixar ninguém para trás”, destacou Federico.
Por sua vez, o apoio da OIM ao censo consistirá, por exemplo, na articulação com organizações que atuam na área de migração em Roraima e outros estados, e no apoio de funcionários da OIM com experiência no trabalho com refugiados e migrantes para facilitar a aproximação dos recenseadores durante a coleta de dados e eventual apoio logístico para deslocamento em meio à operação censitária. Os acordos mostram que o censo não é feito apenas pelo IBGE, mas também por seus parceiros espalhados por todo o Brasil que emprestam suas competências.