Saúde e Bem-estar

Fonoaudióloga dá dicas de como tornar a amamentação mais tranquila

Mãe conta a experiência de dificuldades na amamentação e procura por ajuda profissional

A semana de 1 a 7 de agosto é celebrada mundialmente como semana do aleitamento materno. Por isso, a Folha entrevistou a fonoaudióloga Franciane Werlang que falou sobre a importância do leite materno e as dificuldades que as mamães têm nessa fase da maternidade. 

Na maternidade, os profissionais acompanham a mamãe e o bebê para auxiliar na amamentação correta. Esse acompanhamento é fundamental para que ambos possam ter uma experiência tranquila e benéfica. “O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para avaliar e reabilitar as estruturas orofaciais do paciente. Lábio, língua, bochecha, fala… nós trabalhamos diretamente na reabilitação dessas disfunções orais que atrapalham a sucção e a deglutição. 

Para o bebê poder mamar bem ele tem que sugar, respirar e  engolir de forma coordenada. Nem todos os bebês nascem prontos para coordenar a respiração e a  deglutição. Então o fonoaudiólogo trabalha diretamente na habilitação dessas funções”, explicou.  

A grande maioria dos bebês que nascem nascem com esse reflexo ou eles precisam ser ensinados de maneira breve. No caso dos bebês prematuros não nascem com esses reflexos bem estabelecidos. Então a equipe da UTI neonatal vai ter um trabalho mais demorado com esses bebês para habilitar essas funções.


Franciane trabalha no Banco de Leite da maternidade há 9 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

A participação das mães na hora da amamentação também é essencial para que seja um processo tranquilo, sabendo como facilitar a “pega” ou seja, o encaixe perfeito para que o bebê consiga mamar bem e sem machucar o seio da mulher. “A mãe precisa ser orientada a respeito da pega correta, do posicionamento correto, de como colocar esse bebê pra mamar de forma correta, ver se o bebê está realmente enxugando o seio… A mãe para amamentar e seguir amamentando ela precisa estar muito bem orientada porque nem sempre vai ser fácil ou natural e também não é instintivo como a grande maioria das mães pensam que vai ser” disse a fonoaudióloga.

A psicóloga Albertina Salvador tem dois filhos, Benício, de um ano, e Lara, que acabou de completar dois meses. Na experiência com a amamentação de Benício, como mãe de primeira viagem, Albertina contou com a indicação dada por um fonoaudiólogo. “Como eu tinha o bico invertido, fui indicada a usar o bico de silicone.  De início deu certo, mas eu sentia muita dor. Nos primeiros dois meses eu tive muita dor, mas não chegou a ferir, e depois fui me adaptando”, disse.

Já com a Lara, a psicóloga teve dificuldades ao chegar em casa. “Na maternidade foi maravilhoso. Mas quando chegamos em casa que veio a descida do leite e o peito ficou bem cheio, ela não conseguiu mais pegar. Eu lembrei que eu tinha guardado o bico de silicone e usei enquanto o peito estava cheio. Quando o peito foi murchando que eu fui tentando tirar o bico, ela não conseguia fazer a pega. Ela chorava, ficava estressada e ao longo dos dias a mama esquerda foi ficando dolorida. Começou a sangrar, feriu, doía muito. Toda vez que eu colocava o bico doía bastante mas mesmo assim eu ficava revezando dos dois lados lado direito mesmo com bico de silicone eu não sentia dor não sentia incômodo e ela conseguia mamar, o problema era mama esquerda”, pontuou.


Albertina e Lara Salvador no momento da amamentação (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

A solução encontrada pela psicóloga e o marido, William Salvador, foi contratar uma consultora de amamentação, que descobriu o motivo da dificuldade na amamentação da Lara. “Ela [a consultora] identificou que a Lara tinha a língua presa e isso não foi identificado na maternidade” disse a mãe. Quando o bebê nasce com a linguinha presa, ele tem dificuldade em mamar e acaba fazendo muito esforço e se alimentando pouco, causando pouco ganho de peso e incômodo para a criança. 

“Uma Odonto Baby  fez o diagnóstico e ela realmente estava com a linguinha presa.Foi feito o procedimento de corte, e a partir daí a Lara conseguiu mamar,  agora está mamando bem melhor que antes e também estou na expectativa de fazer amamentação exclusiva até os seis meses e amamentar também enquanto der”, afirmou Albertina.

Soluções para as possíveis dificuldades na amamentação

Em caso de ferimentos, sangramentos, dores intensas e demais dificuldades na amamentação, Franciane alerta que a principal solução é a instrução da pega correta. 

“Colocar os seios no sol, deixar o mamilo bem sequinho e até mesmo o próprio leite ajudam na cicatrização dos ferimentos. Mas, se a pega não estiver correta, continuará machucando esse seio. Portanto, procurar instrução é a melhor dica que eu posso dar” destacou a especialista.