Juíza nega ação contra senador por suposta fake news no WhatsApp

Denúncia contra Telmário Mota foi protocolada pelo partido Progressistas, do deputado federal Hiran Gonçalves. Ambos são adversários na disputa ao Senado

A juíza Joana Sarmento de Matos, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR), negou a ação movida pelo partido Progressistas contra o senador Telmário Mota (Pros) pelo compartilhamento de suposta fake news envolvendo o deputado federal Hiran Gonçalves (Progressistas). Os políticos são adversários na disputa ao Senado nas eleições de 2022.

O advogado Fernando dos Santos Batista, do Progressistas, disse à Folha que a sigla vai recorrer da sentença por entender que foi equivocada. Segundo ele, a magistrada não viu no vídeo, apontado como prova pela defesa, que Hiran Gonçalves teria sido convidado para uma reunião com taxistas de lotação, junto com os então pré-candidatos Antônio Denarium (governador), Edilson Damião (vice-governador) e Jhonatan de Jesus (deputado federal). “Por essa não observação na hora da sentença, é que abre brecha pra gente recorrer e reverter essa situação”, disse.

Na representação, o Progressistas pediu a suspensão da divulgação de mensagens de “cunho mentirosos [sic], injurioso e difamatório” em desfavor de Gonçalves, divulgadas por Mota no WhatsApp, em 16 de julho, além de multa máxima por reincidência do acusado.


O deputado federal Hiran Gonçalves e o senador Telmário Mota (Fotos: Cleia Viana e Roque de Sá/Câmara dos Deputados e Senado/Montagem)

O partido também alegou que a publicação visava apenas atingir um determinado grupo, levando a crer que existe uma imposição para que Gonçalves seja pré-candidato do Governo ao Senado, o que era desejo de Mota. A sigla também defendeu que não há opinião pessoal ou política na mensagem.

A mensagem divulgada por Telmário Mota diz que Hiran Gonçalves foi à reunião “de penetra” e tentado “pegar carona na popularidade” de Denarium por ambos serem do mesmo partido. O senador escreveu, ainda, que a categoria teria manifestado apoio somente a Denarium e Jhonatan.

Nos autos, Telmário Mota negou que houvesse mentira sobre a veiculação da mensagem, alegou que não ofendeu a honra e que o conteúdo se tratou de uma crítica política. Por sua vez, o Ministério Público Eleitoral entendeu que não há ofensa à honra ou pedido negativo voto e concluiu pela improcedência da representação.