O acidente escorpiônico ou escorpionismo é o quadro clínico de envenenamento provocado pela picada de um escorpião. Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos meses em que ocorre aumento de temperatura e umidade. Em 2021, foram registrados mais de 154 mil acidentes por picada de escorpião no Brasil.
Espécies existentes no Brasil
- Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus): É o mais venenoso e pode ser encontrado em todas as regiões do país;
- Escorpião-preto-da-amazônia (Tityus obscurus): É o principal causador de acidentes e mortes por picadas de escorpião na região Norte e no estado do Mato Grosso;
- Escorpião-marrom (Tityus bahiensis): Encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil;
- Escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus stigmurus): É a espécie mais comum no Nordeste do Brasil, mas também apresenta alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Medidas de prevenção
Os escorpiões se alimentam de baratas e pequenos insetos. São comuns em lugares com acúmulo de lixo e onde há umidade. São animais que não atacam, mas se defendem quando ameaçados. Para evitar acidentes é importante:
- Manter lixos bem fechados para evitar baratas, moscas e outros insetos;
- Manter jardins e quintais limpos. Evitar acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências;
- Em casas e apartamentos, utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques;
- Afastar camas e berços das paredes;
- Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão.
O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de pesticidas para o controle de escorpiões. Além de não terem eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando o risco de acidentes.
Sintomas
Após a picada, há dor intensa, além da sensação de formigamento, vermelhidão e suor no local. Alguns casos podem ser mais graves, causando sintomas generalizados, como enjoo, vômitos, dor de cabeça, espasmos musculares e queda da pressão, podendo até levar à morte.
A infectologista Chris Gallafrio, dá dicas de como identificar se uma criança foi picada, caso ninguém tenha visto o escorpião.
“Primeiro, dor imediata e forte. A criança chora de repente e sem parar. Olhe em volta e veja se encontra o escorpião. Outros sintomas são agitação, suor intenso, aumento da salivação e vômito”, completa a infectologista. Segundo ela, não vale a pena perder tempo procurando a picada na criança, pois a marca é muito discreta.
Cuidados após a picada
- As medidas de tratamento devem ser tomadas imediatamente após o acidente.
- Limpar o local com água e sabão;
- Procurar orientação médica imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente – Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais de referência;
- Se for possível, capturar o animal e levá-lo, pois a identificação do escorpião pode auxiliar no diagnóstico e tratamento.
O que NÃO fazer
- Não amarrar ou fazer torniquete;
- Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer infecções;
- Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;
- Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene, etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.
Para mais informações, acesse o Manual de Controle de Escorpiões, do Ministério da Saúde.
Fonte: Brasil 61