A disputa eleitoral de 2022 já começou oficialmente e é perceptível que todos os candidatos estão dando uma atenção especial para as redes sociais, ambiente onde podem falar de maneira mais clara e contínua com seus apoiadores.
No entanto, o foco nas redes sociais não traz apenas coisas positivas. Nas últimas eleições, a disseminação de fake news foi uma grande ferramenta para influenciar a decisão dos eleitores e, em 2022, um novo recurso está ganhando popularidade: os deepfakes.
Recentemente, se tornou viral um vídeo da apresentadora do Jornal Nacional, Renata Vasconcellos, anunciando uma pesquisa eleitoral falsa em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em primeiro lugar na intenção de votos.
Foi o que apurou Cristina Tardáguila, colunista do Uol, que identificou uma manipulação em vídeo de uma pesquisa de intenção de votos do Ipec.
Na cena que ganhou alcance na quarta-feira, 17, a apresentadora do Jornal Nacional Renata Vasconcellos mostra resultado no qual o presidente Jair
Bolsonaro aparece em primeiro lugar, com 44%, e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segundo, com 32%.
Na realidade, o resultado é exatamente o oposto: Lula em primeiro, com 44% das intenções de voto, e Bolsonaro em segundo, com 32%. A intenção de manipular o espectador fica clara.
Como Identificar
De difícil identificação, deepfakes aglomeram diferentes níveis de edição de vídeo.
No caso identificado pelo Uol trata-se de um corte de cena e áudio, mas, em tentativas mais complexas, a técnica lança mão da inteligência artificial (IA) para inserir rostos reais em cenas falsas com o objetivo de criar um vídeo com alguém dizendo algo que não disse. É um passo além das fake news.
Entenda o que são deepfakes?
Os deepfakes surgiram em 2017 e se tratam de uma técnica que utiliza recursos de inteligência artificial (IA) para colocar rostos em cenas já existentes. O termo surgiu da ligação entre “deep learning” (aprendizagem profunda) e “fake” (falso).
O deep learning é um método de aprendizagem avançada baseado em IA que usa várias camadas de algoritmos obtidos de aprendizado de máquina para extrair recursos de alto nível de dados brutos, progressivamente.
O método é capaz de promover a aprendizagem com base em dados não estruturados, como o rosto humano. Por exemplo, coletando dados de movimentos físicos faciais do ser humano.
Ou seja, o criador do deepfake fornece diversas fotos e vídeos das pessoas envolvidas, fazendo com que o programa aprenda a forma daquele rosto, como ele se mexe e suas sombras, para assim criar um vídeo falso.
Outros casos
No início do mês, um vídeo falso publicado no TikTok que mostra o também âncora do Jornal Nacional William Bonner chamando de ladrão o candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, a voz atribuída a Bonner na verdade foi produzida sinteticamente a partir de um conteúdo em texto.
NOTA DA REDAÇÃO: Em época de fake news, o papel do jornalismo profissional tem se tornando cada dia mais essencial por ser um dos maiores aliados da verdade e, claro, um dos maiores inimigos da mentira. A Folha, em 38 anos de história, é um veículo de comunicação roraimense com tradição, imparcialidade e credibilidade que entende essa missão e está a serviço da sociedade contra as fake news.