O prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato (Republicanos), é acusado de agredir, com uma garrafa de cerveja, o ex-vereador do Município, Emmanuel Coelho, de 34 anos, e duas mulheres, uma professora de 39 e uma farmacêutica bioquímica de 47, na noite de sábado (20), em um bar do bairro Caçari, na zona Leste de Boa Vista. As vítimas registraram um boletim de ocorrência no 1º DP (Distrito Policial) por lesão corporal culposa.
À Polícia Civil, as vítimas disseram que comemoravam o aniversário de uma amiga, que estavam na área aberta do local e, quando começou a chover, procuraram abrigo em uma cobertura, ficando próximas do prefeito, sobre o qual relataram que encarava “o tempo todo” o ex-vereador.
No depoimento, a professora disse que, em certo momento, só sentiu uma pancada na testa e que a agressão também acertou as outras duas vítimas. Ela relatou, ainda, que no momento, os seguranças do local seguraram Juliano Torquato e o expulsaram do local.
A vítima também informou que, na saída do bar, a esposa do prefeito pediu desculpas pelo episódio, chorou e disse que tentou evitar o máximo a briga, mas não conseguiu. Por sua vez, a farmacêutica relatou ter sido agredida com um soco no olho esquerdo e que foi “muito rápido”.
Emmanuel Coelho, por fim, informou que foi agredido por Juliano Torquato com um soco na nuca e não teria sido a primeira vez que registrou um boletim de ocorrência contra ele, em referência a uma acusação contra o prefeito por supostamente ter mandado cercá-lo e expulsá-lo do carnaval fora de época Micaraima, realizado no final de julho.
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À Folha, o ex-vereador explicou que a agressão de sábado teria sido motivada por um vídeo publicado nas redes sociais em que alerta os foliões do Micaraima sobre as condições precárias da rodovia federal BR-174 e das ruas de Pacaraima, além de problemas de hospedagem na cidade. “Acho que isso chateou ele”, disse, confirmando que recebeu um soco na nuca e que a agressão também atingiu as outras duas mulheres.
Noivo da professora, o músico Nivaldo Salviano Neto, 42 anos, disse à Folha que aproveitou o aniversário no bar para pedi-la em casamento, e que a agressão “praticamente estragou a noite”.
O músico confirmou que Juliano Torquato estava encarando o ex-vereador e que, por estar com ele, foi seguido pelo prefeito até o banheiro do bar. “Ele falou: ‘rapaz, tem um acerto com esse cara aí, tu tá andando com ele aí’. Falei: ‘cara, ele é namorado da amiga da minha noiva, a gente está de boa bebendo aqui, só viemos comemorar o aniversário, não vim atrás de confusão, ele tá comigo’. Ele falou: ‘não, em consideração a você, vou deixar pra outro dia’. Pensei que ele tinha esquecido isso. Aí, duas horas depois, ele pregou essa peça. Tem um hematoma enorme na testa da minha noiva […]. Ele agrediu as mulheres pra poder nos atingir covardemente”, relatou ele, dizendo que o prefeito apresentava sinais de embriaguez.
“Ele chegou e socou. Chegou agredindo. Porque elas estavam na frente, próximas ao rapaz [Emmanuel Coelho]. Como não tinha como chegar perto dele, aí ele pegou e socou elas, porque eu tava de olho nele por causa desse rapaz”, disse.
A Folha tenta desde domingo (21) contato com o chefe do Executivo pacaraimense, por ligação ou mensagem, mas sem sucesso. A reportagem também procurou a assessoria da Prefeitura de Pacaraima e aguarda retorno.
