Cotidiano

Lixo hospitalar é descartado em área de lavrado na zona Oeste

Material foi incinerado; descarte indevido de lixo hospitalar é considerado um crime grave e as multas variam de R$ 5 mil a 50 mil

Na zona oeste da Capital, longe dos olhos das autoridades, lixo hospitalar está sendo despejado em uma área de lavrado, próximo às residências dos recém-inaugurados conjuntos habitacionais Pérola VI e VII e Ajuricaba sem qualquer tipo de cuidado.

O servente de obras Antônio de Souza denunciou a situação. Segundo ele, o fato ocorreu no final da tarde de sexta-feira, 7, quando os trabalhadores das obras do residencial se preparavam para encerrar mais um turno de trabalho. “Nós já estávamos encerrando os trabalhos quando vimos um caminhão passar para aquela área de lavrado, que também fica bem próxima de algumas residências. A princípio, como é comum ver as pessoas jogando lixo por lá, nem demos muita ‘bola’, mas eles passaram um bom tempo por lá, e como dava para ver que os materiais estavam em caixas, decidi chamar alguns companheiros para ver do que se tratava, e, para a nossa surpresa, eram materiais de uso hospitalar”, contou.

Ao deparar-se com a quantidade de material descartado, que continha itens como gazes, luvas, máscaras descartáveis e mangueiras para soro, Souza ainda tentou, sem êxito, anotar o número da placa do veículo. No dia seguinte, no sábado, o servente constatou que o material havia sido incinerado.

“Ainda tentei ver se conseguia anotar a placa do veículo, mas creio que eles perceberam que estávamos a caminho de onde despejaram os materiais. Tiramos fotos e gravamos um vídeo mostrando tudo e já tínhamos decidido que enviaríamos as imagens para os veículos de comunicação. Mas hoje [sábado], quando voltei, haviam tocado fogo em tudo”, comentou.

De acordo com a administração municipal, a prática de descarte de lixo se enquadra como crime ambiental, sujeito a penalidades previstas no Código de Postura do Município. Nesse caso, o descarte indevido de lixo hospitalar é considerado um crime grave e as multas variam de 5 mil a 50 mil reais, conforme a gravidade da situação. Para o servente de obras, além de poluir o meio ambiente, a prática foi também um desrespeito com o dinheiro público.

“Fora o fato de tratar-se de um lixo não doméstico, que traz um risco maior para a saúde da população, é um desrespeito com o cidadão que vive pagando impostos para ter uma saúde decente. Eu não sei se isso foi feito por órgão público ou particular, mas de alguma maneira se trata de dinheiro desperdiçado”, pontuou.

Por meio de nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que uma equipe da Secretaria Municipal de Gestão Ambiental (Smga) foi enviada ao local para realizar os trabalhos de averiguação e retirada do material. A administração municipal destacou ainda que a população pode denunciar a prática de crime ambiental ligando para a Central de Atendimento 156, que funciona 24 por dia.

“Nesse caso, seria necessário que o denunciante tivesse certas informações que serviriam como base de identificação do infrator e, assim, aplicar as penalidades cabíveis, como, por exemplo, o número da placa do veículo. É importante que a população colabore com a limpeza da cidade, denunciando quem pratica este tipo de crime. Basta ligar na Central de Atendimento 156 e registrar a denúncia. A ligação é gratuita e o telefone funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana”, disse. (M.L)