Saúde e Bem-estar

Dívidas e estresse potencializam sintomas da depressão

Quando as dívidas saem do controle, é comum surgirem sintomas como insônia, ansiedade e falta de ar

O acúmulo de dívidas e o estresse da desorganização financeira são dois potencializadores em sintomas da depressão e de ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), casos de depressão e de ansiedade aumentaram 25% e a incerteza econômica ligada ao Coronavírus contribuiu para esse resultado. Mais de 60 milhões de brasileiros estão com o nome negativado e fatores como perda de emprego, alta da inflação e o aumento do custo de vida têm pesado na saúde das pessoas.
 
De acordo com a psicóloga Edgéssica Carvalho, quando as dívidas saem do controle, é muito comum, pessoas apresentarem comportamentos ansiosos, como insônia, tremores, falta de ar entre outros.
 
“Não é de hoje que as questões financeiras em geral tem relevância para a sociedade. O estilo de vida, preocupações do que eu tenho hoje e se eu terei amanhã preocupam as pessoas. Sabemos que não é fácil viver no Brasil, e que o planejamento financeiro é complicado quando não se tem o que comer. A gestão financeira é importante, pois pode dar para a pessoa mais autonomia, escolhas e oportunidades. E o endividamento, é incertezas, pode acabar gerando problemas de saúde mental.E isso lembra que não podemos falar em saúde mental sem que o básico do ser humano esteja garantido, como moradia, comida e etc” explica a psicóloga.

O acúmulo de dívidas pode potencializar sintomas de ansiedade e depressão, explica a psicóloga Edgéssica Carvalho (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
 
O valor do dinheiro
 
O dinheiro tem um peso muito grande nas nossas vidas, é através dele que conseguimos a subsistência e manutenção da nossa vida, como alimentação, conforto e lazer.
 
“Sempre gosto de utilizar a palavra “planejamento”, e com as finanças não são diferentes. Se você tem consciência do quanto receber, o que leva você a gastar além? Por isso, no consultório, trabalhamos sempre com a realidade do indivíduo e psicoeducamos para que saiba lidar com a vontade de “gastar além do planejanado” reforça a psicóloga.
 
O acompanhamento psicológico pode ajudar nas finanças
 

Poucos sabem, mas dentro da psicoterapia é possível trabalhar diversos assuntos, inclusive, as finanças. A organização financeira, mais do que saudável para o bolso, também contribui para a melhora da saúde mental e emocional de toda a família. “Saber usar o dinheiro é algo difícil, embora muitos discordem. Tem pessoas que não conseguem controlar ou até são impulsivas quanto ao gastar e na terapia, trabalhamos essa vontade de “gastar sem motivos”” ressalta.
 
Existem pessoas que nem sabem que as dívidas podem estar surgindo da impulsividade e da falta de cuidado com a saúde mental. 
 
Segundo ela, muitos pacientes procuram ajuda para lidar com problemas financeiros. Aprender algo que possa proporcionar mais qualidade de vida e tranquilidade financeira é acessível e benéfico. Por isso, a psicoterapia é tão recomendada.

Psicóloga Edgéssica Carvalho | CRP 20/8075