O 1º Torneio de Xadrez Bia Cheres, promovido pelo Centro de Atividades e Desenvolvimento de Altas Habilidades / Superdotação (Cadah/s), está com inscrições abertas até o dia 20 de setembro. Podem participar adolescentes de 11 a 16 anos, tanto na categoria feminina, quanto na masculina.
O objetivo do evento é ajudar a custear a viagem da enxadrista Beatriz Cheres, que irá participar do Manaus Chess Open, considerado o maior evento de xadrez da região norte. Durante o torneio, a atleta irá passar 10 dias na cidade, e de acordo com o pai, César Cheres, os custos da passagem, hospedagem e alimentação são altos, e até o momento a menina não tem nenhum apoio do Poder Público.
Para se inscrever, o interessado deve entrar em contato pelos telefones (95) 99126-0818 ou (95) 99135-0032 e efetuar a taxa de inscrição no valor de R $10,00. O torneio será no dia 24 de setembro, a partir das 8h, na rua Prof. Agnelo Bitencourt, 768 – Centro.
Premiação: 1º lugar – R $200,00 / 2º e 3º lugar- medalhas.
“O evento é aberto ao público e quem não quiser/puder participar do torneio como competidor, pode vir apenas para nos acompanhar, porque teremos outras atividades também. No dia 24, o Cadah/s vai disponibilizar jogos matemáticos, pinturas e muito mais, e tudo isso vai acontecer paralelamente ao torneio de xadrez”, disse o professor de Domínio Psicomotor, João Bezerra.
Quem é Bia Cheres?
A enxadrista Beatriz Cheres, de 14 anos, começou a jogar xadrez aos 5 anos de idade por causa de seu pai. “Meu pai jogava bastante xadrez e isso fazia parte da minha vida, de uma forma ou de outra, isso sempre vinha até mim”, contou.
De acordo com Servidor Público e também professor de Xadrez, César Cheres, pai de Beatriz, a menina começou a se interessar pelo esporte, quando viu um aplicativo no celular, e apesar de ter dado algumas dicas, ele não tira o mérito da filha por ter aprendido quase tudo sozinha.
No começo a menina jogava apenas por diversão e começou ganhar pequenos torneios na escola, mas por não ser nada profissional, ela e o pai achavam que isso só estava acontecendo porque as crianças da idade dela não sabiam jogar. No entanto, aos 9 anos, Bia foi a campeã do I Festival Municipal De Xadrez, competindo com mais de 100 meninas.
“Esse foi o primeiro prêmio de maior expressão que ela ganhou. Logo depois ela competiu no Festival Nacional da Criança, em Florianópolis, e foi notada pela campeã brasileira Katiê Goulart, com quem teve aulas para aprimorar suas habilidades de xadrez. Depois competiu no Acre e foi campeã da categoria sub-16 com apenas 11 anos, e desde então não parou mais”, contou o pai com orgulho e acrescentou que agora sofre bastante para ganhar uma partida da filha.
Atualmente, a enxadrista coleciona 36 medalhas e 4 troféus, totalizando 40 premiações.
Beatriz finaliza lembrando os motivos pelos quais ela diz amar o esporte que pratica. “Quando eu jogo xadrez eu sinto liberdade, porque o xadrez é um jogo livre, né? Tem diversos movimentos e diversas posições. Sem contar que é um desafio. É como se fosse um quebra-cabeça, sempre vai te desafiar e o xadrez me desafia bastante”, concluiu.
Confira abaixo alguns dos principais títulos de Bia Cheres
Campeã do I Festival Municipal De Xadrez de 2017;
Campeã do Circuito sub 17 anos Copa Boa vista De Xadrez;
Campeã no Acre com 10 anos de idade, na categoria sub 16 anos;
7° Colocada no Brasileiro Escolar em Minas Gerais na categoria 6° ano.
O que é o CADAH/S ?
CADAH/S (Centro de Atividades e Desenvolvimento de Altas Habilidades / Superdotação) está em funcionamento desde 2007 e é um centro de atividades que desenvolve atividades para aprimorar as habilidades de alunos com capacidades acima da média.
O local atende estudantes desde os primeiros anos do ensino fundamental até o final do ensino médio, trabalhando paralelamente ao horário escolar.
De acordo com a diretora do centro, Yasnara Silveira, há um número muito grande de alunos superdotados nas escolas, mas que muitas das vezes não são identificados e isso acaba deixando-os desmotivados. Ela ressalta ainda o papel do Centro no desenvolvimento dessas crianças.
“Por exemplo, um aluno do quinto ano que tem habilidades acima da média, ele se interessa por coisas de outras séries, de outras idades. Então o que está sendo ofertado para ele, não interessa. E aí ele fica desmotivado e o nosso trabalho é receber esses alunos. Nós vamos nas escolas, recebemos as famílias… E quando a criança está matriculada no centro, a gente busca justamente desenvolver as habilidades e os talentos que ela tem”
Ainda segundo a diretora, o CADAH/S trabalha com indicadores para identificar uma criança com altas habilidades: inteligência acima da média, dedicação pela tarefa e a criatividade.