O programa Agenda da Semana apresentado pelo economista Getúlio Cruz, entrevistou a presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do estado de Roraima (SINDPRER), Maria de La Paz, e delegado do sindicato Halisson Mendonça, que falaram sobre o piso salarial da enfermagem.
Eles não descartaram a possibilidade de fazer uma greve geral por conta da falta de solução em relação ao piso nacional.
“Em setembro fizemos uma paralisação de 24 horas como parte do movimento nacional. A gente sabe o nosso valor e a gente não vai aceitar menos do que isso. Fizemos essa paralisação e está se discutindo realmente mais uma paralisação nacional. Portanto, estamos em estado de greve, ou seja, no momento que for deflagrada uma greve geral não precisaremos mais daquele prazo estipulado pela lei de 72 horas para comunicar pois as repartições estão cientes, todos quem interessa, Governo do Estado, Secretaria de Saúde do município que vamos entrar em greve”, afirmou.
Maria de La Paz explicou que nas prefeitura menores e até na prefeitura de Boa Vista, o piso é pouco mais de um salário mínimo.
“Hoje a categoria não tem um piso e o empregador paga o que quiser. Se quiser pagar o salário mínimo, paga porque não é ilegal. Tanto no setor privado como em algumas prefeituras como a de Boa Vista e outras menores, o que pagam é um salário muito baixo. Aqui em Boa Vista o piso salário inicial de um técnico de enfermagem é R$ 1500, um pouquinho acima do salário mínimo. O enfermeiro é um pouquinho mais do que o salário mínimo, R$ 2,200 reais. Somente o governo de Roraima paga o salário do piso para duas das três categorias, mas ainda faltam os auxiliares de enfermagem”, acrescentou.
Halisson Mendonça disse que em Roraima tem em torno de 3 mil enfermeiros e quase 10 mil servidores da enfermagem como um todo, que englobam três categorias, enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem além dos parteiros.
“No setor privado houve um aumento da carga horária e foi feita uma readequação da escala pra trabalhar 44 horas por semana. Mas não houve o reajuste do piso e por isso fizemos uma denúncia no Ministério Público. A iniciativa privada nunca quer perder, mas por exemplo os planos de saúde reajustam todo ano e nunca repassam para o enfermeiro que está ali no trabalho e esse trabalho da enfermagem é pesado. Quem não calça nosso sapato não tem direito de botar o preço na gente. Ninguém sabe o que um profissional de enfermagem passa”, pontuou.
Maria da Paz concluiu explicando que foi feito impacto do reajuste do piso da enfermagem e que isso não foi visto pelo Supremo Tribunal Federal.
“Foi feito o impacto financeiro. Foi aprovado na Câmara, discutido com todas as entidades, inclusive as entidades representativas do setor privado o projeto, foi explicado de onde sairia o recurso, foi sancionado e agora está suspenso por quem nunca acompanhou nossa luta. É lei e queremos ela cumprida” concluiu.