Há quem diga que ‘política não se discute’, mas em época das eleições é quase impossível que isso não aconteça. O ambiente familiar e entre amigos pode virar palco para discussões e conflitos diante de uma oposição política.
De acordo com a psicóloga Edgéssica Carvalho, para evitar as brigas é necessário que haja um entendimento entre as pessoas envolvidas acerca do objetivo da conversa. “O que pode gerar a discussão, está no fato de ambos quererem modificar a opinião do outro, não digo que não seja possível essa mudança, porém em alguns casos, fomenta ainda mais a rivalidade e não chega a lugar algum” explicou.
Ela explica que o conflito familiar pode gerar mal estar e afetar a saúde mental, principalmente acerca das notícias de agressão e homicídios que vem ocorrendo atualmente no Brasil.
Ela reforça que ter opiniões diferentes é normal, mas a briga em excesso pode transformar o clima familiar desconfortável e estressante.
“A questão de brigas e discussões, tem gerado desconforto físico e emocional nos eleitores, visto que os últimos acontecimentos e até o cenário atual, tem gerado crimes de ódio, por pessoas que são de lados opostos. Precisamos relembrar que vivemos em uma democracia e que todos têm o direito de expressar sua intenção de voto sem que haja repressão” ressalta a psicóloga.
Como reconciliar?
Apesar das desavenças, vale lembrar que diversidade e alteridade entre pessoas, no entanto, são inevitáveis, é preciso entender que é normal se desentender e se afastar de alguém quando já não exista afinidade e respeito.
“Primeiro, é importante avaliar se uma reconciliação pode trazer benefícios a saúde mental, visto que não é possível apagar e esquecer o passado. Para alguns eleitores, o ambiente não irá mudar, e a melhor solução pode ser ficar afastados de amigos e familiares. Por outro lado, é possível que queira uma aproximação e reconciliação” comentou.
Respeito em primeiro lugar
A psicóloga reforça que é importante sempre levar o seu bem estar físico e emocional em consideração. “Você não precisa se relacionar apenas por ter um grau de parentesco, saiba seus limites e busque ajuda terapêutica, caso isso esteja afetando sua vida de forma geral” explica a especialista.
Para existir um diálogo saudável, é necessário que exista abertura para conseguir pensar sob outros pontos de vista. “É preciso entender a finalidade das conversas e compreender que o outro não tem obrigação de concordar com a sua opinião e vice-versa. É sempre bom relembrar que vivemos em uma democracia, e precisamos respeitar o próximo acima de tudo” finaliza a psicóloga.
Edgéssica Carvalho (CRP 20/8075), psicóloga clínica e pós graduanda em Neuropsicologia.
Por Raisa Carvalho