Polícia

Sem verba, Força-Tarefa de Segurança corre risco de acabar em Roraima

MJSP confirmou que não houve formalização de pedido de custeio para integrantes da força-tarefa. Sesp-RR admitiu que a FTSP continua atuando com efetivo reduzido em Pacaraima e Boa Vista, e prometeu pedir fortalecimento da operação

Por falta de verba, a Força-Tarefa de Segurança Pública de Roraima (FTSP-RR) corre o risco de acabar. A informação é de um policial, que enviou à Folha fotos que mostram o posto de fiscalização de Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, fechado.

“Retrato de abandono da fronteira a partir de hoje”, disse o agente, que pediu anonimato.

Em nota (que pode ser lida na íntegra ao final da reportagem), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) confirmou que não houve formalização de pedido de custeio para integrantes da força-tarefa – coordenada pela Polícia Federal (PF) e integrada pelas polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal, e secretarias estaduais de Justiça e Cidadania (Sejuc) e de Segurança Pública (Sesp).

“Ao longo deste ano de 2022 a referida Força Tarefa demandou à Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Seopi) apoio financeiro especificamente para a compra de equipamentos para o melhor desenvolvimento dos trabalhos da FT, de modo que o pedido foi atendido parcialmente, conforme a disponibilidade orçamentária da Secretaria”, disse o MJSP.


MJSP recebeu pedidos focados na compra de equipamentos (Foto: Divulgação)

A FTSP, antiga Ficco, foi criada em 2019 com o objetivo de reduzir os índices de criminalidade violenta no Estado, combatendo crimes como tráfico de drogas e de armas. Em junho, na ocasião do aniversário de três anos do grupo, as forças de segurança pública locais comemoraram que os agentes desarticularam tribunais do crime e conseguiram evitar a execução de policiais.

Procurada, a Sesp-RR (Secretaria Estadual de Segurança Pública) admitiu, em nota (leia a íntegra ao final) que a FTSP continua atuando com efetivo reduzido em Pacaraima e Boa Vista, e prometeu pedir ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, o fortalecimento da operação no Estado.

A PF em Roraima também foi procurada, mas não enviou resposta até a publicação da reportagem.

Nota completa do Ministério da Justiça

“A Força Tarefa de Segurança Pública de Roraima (FTSP/RR) foi instituída a partir de Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Polícia Federal no Estado de Roraima e órgãos de Segurança Pública do Estado, sem o envolvimento de outros órgãos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ao longo deste ano de 2022 a referida Força Tarefa demandou à Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Seopi) apoio financeiro especificamente para a compra de equipamentos para o melhor desenvolvimento dos trabalhos da FT, de modo que o pedido foi atendido parcialmente, conforme a disponibilidade orçamentária da Secretaria. Ressalta-se que não houve formalização de pedido de custeio para integrantes da Força Tarefa à Seopi/MJSP.

Em outro sentido, a força tarefa acima mencionada não possui qualquer vínculo com as operações da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) no Estado de Roraima.

Desta forma, as operações da Força Nacional em Roraima seguem normalmente e sem interrupções, conforme respectivas portarias autorizativas, em apoio à Funai, ICMBio, Ibama e ao governo de Roraima, em Boa Vista e Pacaraima.”

Nota completa da Sesp-RR

“A Secretaria de Segurança Pública informa que a FTSP-RR (Força-Tarefa de Segurança Pública) é uma ação comandada pela Polícia Federal que engloba todas as forças de segurança de Roraima, incluindo agentes estaduais. Adianta que a operação continua atuando em Roraima com efetivo reduzido nos municípios de Pacaraima e Boa Vista.

Sensível à questão e aos bons resultados da operação em Roraima, o Governo, por meio da Sesp, informa que encaminhará ofício ao Ministério de Justiça e Segurança Pública solicitando ao ministro da pasta sobre o fortalecimento e necessidade da Força Tarefa em no Estado.”