Apesar da pressão que vem sofrendo para que realize a eleição para escolha do nome que vai ocupar vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP), não deve pautar o caso por agora.
“Temos segundo turno para resolver. Antes do segundo turno, não [faremos a votação do indicado ao TCU]”, afirmou.
Até pouco tempo, Lira havia demonstrado pressa em colocar o assunto em pauta. Mas ele confirmou a imprensa nacional que mudou a estratégia.
O motivo é que um dos concorrentes declarados à vaga, o deputado Fábio Ramalho (MDB/MG), não foi reeleito e intensificou contato com colegas em busca de voto.
Com isso, caso a eleição seja convocada para agora, Ramalho pode ser eleito como “prêmio consolação”, inclusive com apoio da oposição.
Deputado Jhonatan é candidato a Vaga
É tudo o que o atual presidente da Câmara não quer. Lira tem candidato para a vaga, resultado de acordo que o elegeu para o posto máximo da mesa diretora dois anos atrás. Trata-se do deputado Jonathan de Jesus (Rep-RR).
Corre por fora uma outra aliada, a deputada Soraya Santos (PL-RJ), que tem a simpatia do governo e da antiga ocupante da vaga que se aposentou em julho, a ministra Ana Arraes. Até então a única mulher no TCU, Arraes é defensora da ocupação feminina na Corte de Contas. No entanto, nos bastidores, Soraya deve ser preterida.
Por isso, parte da estratégia de Lira é adiar a votação para o ano que vem pois diluir a vaga do TCU com os cargos da nova mesa diretora é uma alternativa que vai agradar a todas as bancadas.
Assim, Ramalho já estará fora do páreo; Soraya, até por compor a maior bancada, ficaria com um assento na mesa; e Jonathan seguiria sem concorrente para o Tribunal de Contas.
Para que esse plano dê certo, Lira precisa ser reeleito presidente da casa. Pelo menos, na última semana, já recebeu um apoio importante: o do presidente Jair Bolsonaro, que sendo reeleito ou não, terá influência sobre uma grande bancada na Câmara.