Funcionários de duas agências do Bradesco em Boa Vista, uma na Avenida Jaime Brasil, no Centro, e outra na Avenida Ataíde Teive, zona Oeste, cruzaram os braços durante a manhã de ontem, 14. O sindicato dos Bancários de Roraima (Sintraf-RR) afirma que o banco privado acumula uma série de irregularidades, sendo a principal o de desvio de função de seus funcionários.
Segundo o presidente do Sintraf, Adauto Andrade, a iniciativa foi tomada após a constatação dos desvios nas agências. “O banco possui muitos funcionários com desvio de função, e isso o sindicato não vai admitir, por isso tomamos essa iniciativa de retardar as duas agências pela manhã”, disse.
Conforme ele, funcionários contratados para caixas do banco estariam assumindo cargos superiores, como de gerente, sem serem promovidos. “Isso é inadmissível. O Bradesco é campeão em desvio de função. O banco lucra bilhões por ano e não valoriza e incentiva os funcionários”, afirmou.
Outra justificativa citada pelo sindicalista para que as agências fossem fechadas foi de que o banco estaria demitindo funcionários por faltas, mesmo que justificadas, como em casos de doença. “Demitiram uma funcionária que estava com uma doença grave, com quase 25 anos de banco, sem motivos. É direito da empresa privada, mas se o funcionário estiver doente, isso não pode acontecer”, frisou.
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Questionada se o sindicato teria prerrogativa para fechar as agências, Adauto Andrade explicou que o ato foi feito em defesa dos trabalhadores. “Estamos aqui em respeito aos nossos colegas de trabalho. Se o banco quiser tomar outra iniciativa, pode, mas fizemos isso como sindicato para representar e lutar pelos direitos dos funcionários”.
O presidente informou que o sindicato enviou ofícios cobrando a promoção dos servidores, mas que não houve resposta. “O banco foi notificado. Cobramos essas promoções há mais de três meses, enviamos vários ofícios e eles continuaram com o desvio de função”, frisou.
O retardamento na abertura das duas agências durou em torno de duas horas e os bancos abriram ainda no fim da manhã de ontem, por volta das 11h. “Deixamos os bancos porque valorizamos muito e respeitamos a população, que tem nos apoiado bastante”.
BRADESCO – A Folha entrou em contato com a Superintendência do Banco Bradesco em Roraima, que afirmou que não iria se manifestar sobre o caso. (L.G.C)
