Polícia

Guilherme de Paula é condenado pela morte de Uirandê e Josy

Réu recebeu pena de 45 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado. Outro acusado aguarda julgamento e, enquanto isso, continua preso

A Segunda Vara do Tribunal do Júri e Justiça Militar de Roraima condenou Guilherme Tavares de Paula a 45 anos e 10 meses anos de reclusão, em regime fechado, pela morte do amigo, o policial militar Uirandê Costa de Mesquita e da namorada dele, a empresária Joseane Gomes da Silva.

Guilherme de Paula foi condenado por dois homicídios qualificados por motivo torpe com utilização de meio cruel e de recurso que tornou impossível a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver e crime de dano qualificado. Ewerton de Freitas Andrade, outro acusado de envolvimento nos crimes, aguarda julgamento e, enquanto isso, continua preso.

O júri popular foi realizado nesta quarta-feira (19), no Fórum Criminal Ministro Evandro Lins e Silva. O julgamento iniciou às 9h40 e foi concluído às 23h50, com oitiva de 11 testemunhas, além do réu.

A acusação foi sustentada pelos promotores de Justiça, Diego Oquendo e Lara Von Held. “Foram dias de muito estudo e dedicação e ontem tivemos a confirmação da realização de um bom trabalho, cuja conclusão se extrai não só pela condenação a 45 anos de reclusão, mas principalmente do abraço e agradecimento dos familiares que agora terão um pouco de alento”, destacou Lara Von Held.

Oquendo destacou a repercussão do caso, que chocou a sociedade roraimense por conta da barbaridade do crime. “Foi restabelecida a dignidade e a honra de Uirandê Mesquita, falsamente apontado, de forma covarde, como autor do crime contra Joseane Gomes pelo próprio acusado, no início das investigações. Apesar do êxito de ontem, o Ministério Público está vigilante e atento ao outro réu que ainda será julgado, seguindo firme e confiante de que ele também será condenado”, ressaltou.

A família do casal divulgou nota em que agradece familiares, amigos e da sociedade roraimense pelas orações e apoio, bem como aos promotores de Justiça. “A dor e saudade daqueles que tiveram suas vidas ceifadas permanecerão, porém, é um conforto para a família saber que a justiça dos homens foi feita! [sic]”, disse.

O caso


Empresária Joseane Gomes da Silva e policial militar Uirandê Costa de Mesquita foram brutalmente assassinados (Foto: Divulgação/Montagem)

Segundo o Ministério Público de Roraima (MPRR), Ewerton e Guilherme conheciam Uirandê. Eles o atraíram para a casa de Guilherme com um plano já acertado para matá-lo, mas, para a surpresa dos réus, Joseane acompanhava o namorado, Uirandê. 

Os dois réus serviram bebida envenenada para Uirandê, o qual passou mal e ficou indefeso. Foi quando a dupla, a pretexto de ajudá-los, disse que os levaria para o hospital, mas o plano já era executar o casal. No caminho, Joseane foi brutalmente agredida e morta com um tiro disparado com a arma de Uirandê para incriminá-lo. Joseane foi deixada em uma rua deserta, no bairro Mecejana.

Uirandê também foi agredido. Ele foi golpeado na cabeça e enforcado. Ewerton e Guilherme seguiram com a vítima, já morta, e o carro dela para uma vicinal, nos arredores de Boa Vista. Lá, atearam fogo em Uirandê e no veículo. A polícia encontrou os restos mortais da vítima e o carro quatro dias depois. Os réus ainda tramaram uma versão para escapar da suspeita de envolvimento no assassinato do casal, mas depois confessaram o crime.