A Polícia Federal informou nesta sexta-feira (21) que o atual número de venezuelanos que entram no Brasil por Pacaraima já é maior que o registrado antes da pandemia da Covid-19. Em setembro, foram 12.649 que cruzaram a fronteira – em fevereiro de 2020, último mês anterior à restrição de acesso ao País, foram 12.369.
De junho a setembro, as entradas cresceram 65%, segundo a PF:
- Junho: 7.596
- Julho: 8.428
- Agosto: 11.781
- Setembro: 12.649
Total de venezuelanos fora dos abrigos cresce 6% em Pacaraima
Neste contexto, Pacaraima registrou crescimento de 6% no total de venezuelanos fora dos abrigos em agosto. O levantamento é da Organização Internacional para as Migrações (OIM), da ONU (Organização das Nações Unidas), feito entre os dias 22 e 26 daquele mês.
Segundo a OIM, os dados são obtidos em entrevistas nos espaços e por contagens diurnas e noturnas realizadas pela própria organização e a Operação Acolhida na última semana do mês de referência. O intuito é conhecer e acompanhar a situação de refugiados e migrantes venezuelanos fora dos abrigos, de forma a gerar evidências para decisões e resposta a essa população.
Em relação a julho, aumentou de 2.085 para 2.228 o número de venezuelanos fora dos abrigos em Pacaraima. Desses, são 707 homens, 568 mulheres e 953 pessoas com menos de 18 anos.
O Município situado a 218 quilômetros da capital Boa Vista segue com 15 ocupações espontâneas com venezuelanos. Só em espaços públicos, existiam 1.654 estrangeiros (redução de 0,6% em relação ao mês anterior).
Trezentos e sessenta e uma pessoas receberam serviços de pernoite no Posto de Recepção e Apoio (PRA) (aumento de 46%). Cento e sessenta e cinco venezuelanos estão em espaços particulares (crescimento de 4%). O maior aumento (220%) foi de migrantes na rua, que agora são 48.
Leve aumento em Boa Vista
A capital de Roraima, em agosto, teve aumento de 0,81% no número de venezuelanos fora dos abrigos: foi de 1.603 para 1.616. Desse total, são 695 homens, 430 mulheres e 491 pessoas com menos de 18 anos.
A cidade continua com 14 ocupações espontâneas mapeadas. A maioria dos venezuelanos estão no PRA, com 617 (aumento de quase 11%), seguido por espaços particulares, com 459 (alta de quase 8%), e públicos, com 359 (redução de quase 4%). Na rua, existem 178 migrantes (redução de 1,65%).
Mais de 1,6 mil interiorizados em setembro
A Operação Acolhida registrou, em setembro, 1.641 venezuelanos interiorizados em agosto. O número representa uma redução de quase 24% em relação ao mês anterior.
De abril de 2018, início do programa do governo federal, a setembro de 2022, 84.463 migrantes e refugiados foram beneficiados, sendo 79.817 por avião e 4.646 por transporte terrestre. A maioria (89%) viajou em grupos familiares.
Sessenta e dois por cento dos interiorizados são adultos (33% homens e 29% mulheres) e outros 38% têm menos de 18 anos (20% homens e 18% mulheres).
Ao todo, 887 municípios brasileiros receberam os estrangeiros que fogem da crise política e econômica sob o regime do ditador venezuelano Nicolás Maduro. Curitiba, capital do Paraná, foi a cidade que mais recebeu venezuelanos, com 5.458, seguida por Manaus (5.305), São Paulo (4.393), Dourados (MS) (3.449) e Chapecó (SC) (3.186).